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Opacidade

A "Operação Marquês" ou "caso Sócrates" vai-se resolvendo pelos jornais: os pormenores do inquérito que vão saindo no "Correio da Manhã", no "Sol" e no "Expresso", as declarações e entrevistas dos advogados de defesa (o duelo verbal do advogado do ex-primeiro-ministro com o advogado do "arrependido" ex-motorista, que de facto "abriu o jogo" no "i"), os comentários dos defensores pessoais do ex-primeiro ministro (defendendo-o, no "Expresso", Miguel Sousa Tavares fez um interessante resumo do processo... deixando mal o defendido), as visitas da "nomenklatura" do PS a Évora... Para quem sabe como a imprensa funciona e conhece as variadas obediências que nela grassam, as coisas são relativamente transparentes. Mas para o grande público não são e tudo se transforma numa cansativa bolha opaca. Não sei se há maneira de tornar as coisas mais claras (o que implicaria o fim completo do segred

Combate e Direito

Podemos ser contra Sócrates e achar que o motorista foi preso para o pressionar a " chibar" o patrão? Podemos pensar que Salgado tem responsabilidades graves na queda do BES/ GES e acreditar que é proibido divulgar as gravações do que se passava no Conselho Superior, sem autorização dos presentes? Podemos ser contra Sócrates e perceber que a prisão preventiva é aplicada de forma errada em Portugal, sendo Sócrates mais uma vítima dessa má aplicação? Podemos pensar que Salgada tem responsabilidades graves na queda do BES/GES e acreditar que as perdas de milhares de milhões no BES que levaram à resolução deste, são uma mera manigância contabilística?  rv

Ainda vão dizer que é uma simples coincidência

À insistente romaria dos dirigentes do PS ao Estabelecimento Prisional de Évora, junta-se hoje (sexta-feira) um elemento mais inquietante. O "Diário de Notícias" garante: "Procuradores que investigam Sócrates só levaram 8% dos casos a julgamento". Traduza-se: eles são incompetentes e, quem sabe?, talvez estejam a manter preso o ex-primeiro-ministro por motivos juridicamente indevidos ou de simples política. Seria interessante saber qual o desfecho desses 8 por cento de casos (condenação ou absolvição dos réus) mas, se existe, a informação não se faz notar no "DN".. Parece uma simples coincidência, não é? Que mais virá a seguir que ponha em causa o inquérito? Costa Cardoso

Jornalismo de papagaio

Título do "i" para uma notícia cheiinha de dados do Instituto Nacional de Estatística: «Cinema com menos sessões, espectadores e receitas de bilheteira em 2013». O que falta: porquê? Porque é que isso aconteceu? Aquilo de que, felizmente, não se lembraram: «A culpa é da crise». Uma explicação para o papaguear das estatísticas: os jornalistas também «sacam» filmes da «net». Costa Cardoso

Os defensores de Sócrates e a hipocrisia moral ou Kant de pernas para o ar

Não existe qualquer prazer em ver um ser humano em prisão preventiva. É verdade que em Portugal as regras conducentes à prisão preventiva são demasiado elásticas e utilizadas com demasiada displicência pelos juízes de instrução.  Por estes motivos, não haveria muito a dizer sobre a prisão de José Sócrates que já não tivesse sido dito sobre outras prisões. A justiça da prisão preventiva de Sócrates tem que ser confrontada com o direito habitualmente aplicado e não com cânticos de passarinhos agastados com a queda da plumagem do seu líder. Recentemente no julgamento da Universidade Independente, um distinto Professor que muito prezo, antes da audiência, dirigiu-se-me afirmando, agastado, que não gostava nada do que eu havia referido acerca de José Sócrates e a Universidade Independente numa televisão. E vai daí quando presta depoimento em sala, presta- o de forma enviesada, e em parte, de forma pouco consentânea com a verdade.  Este Professor de Direito demonstrou o que se está a

A espuma das ondas

Por ordem cronológica:  1 - Os jornais noticiaram que o motorista de José Sócrates tinha ido a Paris levar malas e/ou envelopes com dinheiro ao ex-primeiro-ministro. 2 - O motorista pediu para ser ouvido em novo interrogatório e, depois dessa ocasião, foi o próprio Ministério Público a propor o fim da sua detenção em estabelecimento prisional e a sua detenção apenas domiciliária. 3 - Depois desse interrogatório foi salientada a ruptura do vínculo laboral entre o motorista e o ex-primeiro-ministro, terminando desse modo a dependência formal do arguido motorista do arguido José Sócrates. 4 - As informações sobre o transporte de envelopes e/ou malas com dinheiro regressaram às notícias. 5 - O advogado de José Sócrates fez questão, irritadamente, de afirmar que o carro do "engenheiro" nunca tinha passado de Espanha (ou seja, que não tinha entrado em França). Já que os jornais não são muito dados, actualmente, a exercícios de raciocínio lógico, não quererá o nosso

A diferença...

... entre o jornalismo acéfalo e o jornalismo capaz de, dando notícia, interrogar a realidade é esta: a primeira modalidade limita-se ao título estatístico ("Utentes do metro enfrentaram vinte greves em dois anos", hoje no "Diário de Notícias") e a segunda tenta perceber o que conseguiram ganhar os grevistas com a sua vintena de greves. Porque a isto e a muitos outros casos de agitação laboral está subjacente uma coisa (que só um jornalismo profissional e independente de poderes fátuos pode conseguir): qual é, em toda a sua extensão, o poder dos sindicatos e porque é que, no caso dos transportes públicos, são os "utentes" (eu, o leitor, todos nós, directa ou indirectamente) a sofrer os prejuízos de greves sem qualquer tipo de balanço e nunca o "patronato"? Costa Cardoso

Parvoíce chique

E nem o aprumadinho "Observador" escapa à porcaria estrangeirista do "alegadamente" (que vem do linguajar jornalístico anglo-saxónico "allegedly"). Só que incorre na parvoíce em versão chique. Repare-se bem: «João Perna terá assumido um papel determinante no, alegado, esquema de branqueamento de capitais. Carlos Santos Silva, por ser forçado a ausentar-se do país em viagens de negócios, terá depositado em João Perna a missão de ser ele o principal intermediário de José Sócrates: terá cabido ao motorista o transporte do maior volume do dinheiro.» Pois não era mais simples, mais normal e mais de acordo com a língua portuguesa em uso, escrever "no que o Ministério Público considera ser um esquema de"? Costa Cardoso

TELEFONEMAS

Já começaram os telefonemas. “Bom Natal!.. Já compraste o bacalhau?” Não, mas, também não comprarei; ando com outros apetites; apetece-me uma boa jardineira e se estou com saque entretenho-me com um bom queijo saloio… Os meus amigos quando me ouvem, ficam um bocado vidrados, mas, como são educados – algum estudou num colégio na Suíça – arrepiam caminho; esquecem a clássica expressão: “tás marado“ e elogiam a minha capacidade para a diferença. Como, ultimamente, as pessoas andam entre dilemas e problemas de personalidade pela questão do BES e pelo arquivo dos processos dos submarinos; aproveito e meto sempre uma cunha para saber como respiram. Um amigo é economista não estudou na Suíça, mas, passou uns anos em Coimbra e quando lhe dizem BES começa aos berros; insurge-se. Exclama: “este País é sempre o mesmo! Acabaram com o único Banco ligado à economia produtiva! Aqui só se salvam os caixeiros-viajantes da roubalheira dos submarinos!..” Como é natural, calo-me e escuto. No entanto, a m

Delírio

A coisa exige algum distanciamento temporal para podermos ter a certeza de que aconteceu. Mas o que o cérebro resista é isso mesmo: aconteceu. Uma reportagem (?!) na CMTV sobre a visita do presidente de um clube de futebol à cadeia de Évora e ao ex-primeiro-ministro que lá se encontra. O presidente repete (dezenas de vezes, parece) que é uma "visita de um cidadão" e que é "particular". As criaturas (jornalistas, possivelmente) que o seguem com câmaras, microfones e máquinas fotográficas insistem. O dirigente futebolístico diz que a avalancha de jornalistas é "uma trapalhada". A narradora da CMTV diz que ele está a dizer que a prisão preventiva do político é "uma trapalhada". E depois, durante longos minutos (com o dirigente do futebol a andar de um lado para o outro e, até parece, refugiado da horda num café), vai repetindo sempre, em jeito de ruminante, que a visita demorou "uma hora e dez", "uma hora e dez", "uma hor

Menos Sr. Presidente!

Já nos habituámos a ouvir e ler declarações de Bruno de Carvalho a um ritmo quase diário. Os comunicados, embora muitas vezes úteis, pecam pelo excesso e já são até motivo de chacota. O Sporting melhorou consideravelmente a sua saúde financeira desde a entrada de Bruno de Carvalho. O modelo de gestão também tem sido inovador e bastante frutífero em algumas vertentes, onde o Sporting parecia estagnado no tempo. Os resultados melhoraram consideravelmente na primeira época (não era difícil), mas agora que os adeptos ficaram naturalmente mais exigentes, a equipa apresenta outra vez grande irregularidade nas exibições. Perante este cenário seria aconselhável o Presidente dos leões ser menos protagonista. Pare de mandar “bombas” em série para o outro lado da segunda circular e para a cidade invicta. Independentemente de ter ou não razão, esta guerra já vai ganhando contornos ridículos. Não adianta também passar a vida a dar raspanetes nos jogadores; eles por vezes merecem sim, mas ess

Portanto, o PS quer uma justiça exclusiva para os seus políticos?

É o que parece e não há quem o negue. Antes pelo contrário.  A romaria de dirigentes (alguns dos quais ex-altos dirigentes do Estado) e militantes do PS ao Estabelecimento Prisional de Évora, onde se encontra detido preventivamente o ex-primeiro-ministro, tem-se caracterizado por declarações de um duplo padrão: (a) José Sócrates está inocente e (b) o que estão a fazer-lhe (pela mão de um juiz de instrução e do Ministério Público e depois pela mão do Supremo Tribunal de Justiça) é uma «infâmia». O outro lado da moeda das declarações de Mário Soares, Manuel Alegre, António Campos, Fernando Gomes, António Guterres e “tutti quanti” é este: José Sócrates não devia estar em prisão preventiva, por ter sido primeiro-ministro e do PS e as normas do processo penal (em que os governos do PS tiveram muito a dizer) não se lhe deviam aplicar porque, por definição, só pode estar inocente. A detenção para interrogatório, a publicidade de detenções e buscas, as fugas de informação que visam excl

Em que é que ficamos?

Afinal, houve agressão por causa do beijo da boca ou não? A imprensa diz que sim mas hoje o «Jornal de Notícias», sempre na vanguarda do jornalismo mal concebido e pior executado, espeta na narrativa o fatal «alegadamente» que lança a dúvida: «A Raditáxis só a partir desta segubda-feira (sic) vai intensificar as diligências para encontrar o motorista de táxi que, na passada semana, agrediu violentamente Sara Vasconcelos, de 28 anos, alegadamente por ela se ter despedido de uma colega com um beijo na boca.»  Isto é, se quisermos ser rigorosos na leitura de um jornalismo em que o rigor deve ter emigrado à falta de ocupação em terras lusas... Costa Cardoso

O maniqueísmo do "Público"

Em dose dupla, hoje (domingo), a demonstrar como o politicamente correcto é um mundo de loucos a preto-e-branco do género quem-não-é-por-nós-é-contra-nós": - «Pedido de pai surdo gera onda de apoio para legendar programas da Disney Portugal - Falta de legendas exclui milhares de crianças dos seus programas favoritos.» Ou seja: até podemos seguir o exemplo espanhol e passar a dobrar tudo, das séries televisivas infantis aos filmes para adultos (esses e todos os outros...) por causa destes ou daqueles "milhares". - «"Temos direito de andar na rua sem medo" - Jovem de 28 anos julga que foi agredida por taxista no Porto por ter sido percepcionada como lésbica. É grande a indignação entre activistas LGBT.» Ou seja: está mal que a mulher portuense agredida por um taxista na rua o tenha sido apenas por o motivo ter sido um "sinal" de homossexualidade; se ela tivesse beijado um homem, não fosse "percepcionada" (uau, que palavra cara par

Nem vale a pena acrescentar nada!

De um artigo de José Manuel Fernandes no "Observador" de hoje (sábado) sobre Ricardo Salgado: «(...) Também não era difícil lidar com a imprensa. Convidavam-se uns directores e editores para uma férias na Suíça ou um cruzeiro do iate, sem agenda para além de “conhecer melhor o grupo”, e as notícias fluíam, por regra simpáticas, às vezes laudatórias. Se fossem antipáticas, também se conheciam as regras – o grupo cortava a publicidade. Depois, se necessário, cortava também a PT. Ou mesmo a EDP. A bem dizer, ninguém cortava a publicidade: apenas se faziam outras opções. Campanhas de imprensa, ataques nos jornais? Ricardo Salgado não sabia, nunca soube, o que isso era. (...)» E não é caso único... Costa Cardoso 

Analfabetismo

Houve um tempo em que os jornalistas (e os estagiários) sabiam ler e escrever; em que, se não soubessem, sabiam os chefes e a revisão. Em que só por chiste se publicaria "triologia" por "trilogia". Mas hoje publica-se tudo, num carrocel alegre e contente de burrice, analfabetismo e incultura: no "Diário de Notícias" é o que se faz - chama-se "triologia" a "trilogia". E já não há revisores, nem chefe ou directores que o vejam. Costa Cardoso

Alegadamente um jornal

Um "lead" absolutamente idiota que é um exemplo "maravilhosamente" (está na moda desde ontem) idiota da igualmente idiota tendência para usar o "alegadamente" por tudo e por nada: "A A42, que liga Porto a Felgueiras, esteve cortada ao trãnsito (sic) durante mais de quatro horas, devido a um choque em cadeia alegadamente provocado pelo fumo de uma queimada." "Alegadamente" porquê?! Qual é o problema de afirmar que foi uma queimada quando o título, afinal, é mais do que taxativo - "Fumo de queimada na origem de choque em cadeia na A42"?! Isto vem hoje no "Jornal de Notícias", que alegadamente é um jornal feito por pessoas que alegadamente são jornalistas... Costa Cardoso

RICCIARDI

Ricciardi diz coisas. Não tem o domínio de sala do seu primo; ele não era o dono e agora poderá ser o dono de mil coisas, mas, do BES, GES e de todo abecedário, não; algum já partiu e o resto está na gare à espera de comboio. No entanto, José Maria Ricciardi além de ser primo do dono, é o amigo. É o amigo de longa data do Pedro Passos Coelho. O “amigo” disse que o Passos Coelho nunca comentou com ele nada extra competências sobre o BES porque não entrava dentro das suas competências. O “amigo e o primo” e algum que outros deputados mostraram-se cheios de sebentas com dados; perguntas e respostas, mas, também se mostraram plenos de erudição e Santo Agostinho brilhou nas carteiras de ex-alunos muito aplicados. Eu não quero ser menos. Nunca fui um aluno aplicado mas, durante a minha vida fui lendo algumas coisas incluídos livros de cowboys; aventuras e as revistas do Vilhena que tanto furor fez no tardo-salazarismo-caetanismo. Evidentemente, o meu nível não é de Santo Agostinho, mas, a

Défice

Um banqueiro (ou ex-banqueiro?), muito bem preparado, a pregar a deputados mal preparados; "raparigas avantajadas" nos ecrãs dos deputados; o ainda presidente da Região Autónoma da Madeira a "admitir" (note-se: ainda nem foi...) ficar como deputado; os vídeos do "top" do YouTube... A imprensa nacional de hoje é isto. É curto. Costa Cardoso  

De como o "Diário de Notícias" dá novo significado ao jornalismo de investigação:

Grande título na edição "online" do grande jornal de referência que é o "DN": "Mulheres procuram nos amantes o que não encontram em casa"´... Costa Cardoso

E ele foi, ou não?

Não é possível saber-se, pelos jornais que se publicam hoje, se o ex-secretário-geral do PS, António José Seguro, foi ao tal almoço de canonização de Mário Soares. Se não foi, era e é notícia. Se foi, era e é notícia.  Só que, estranhamente, não se sabe. Costa Cardoso

E o Quitério, que é feito dele?

Do pouco que ainda se recomendava na "revista do 'Expresso'" faziam parte as crónicas gastronómicas de José Quitério. Gongóricas, num estilo por vezes cansativo, ainda eram do melhor que, nesse género, se faziam na imprensa nacional. De repente desapareceram sem qualquer explicação. Hoje, o que as substitui são páginas e páginas sobre casas de comida mais ou menos na moda, descritas em poucas palavras sem imaginação e muitos lugares-comuns e que parecem ser de publicidade redigida. Na edição de anteontem, lia-se que o dono de um restaurante... "cozinha emoções". Que pindérico! Costa Cardoso

Vassalagem

Não há volta a dar a isto: a anunciada visita de António Costa a José Sócrates é um acto puro e simples de vassalagem do novo secretário-geral do PS, disfarçado de "visita pessoal" - como é que Costa "despe" as funções de dirigente partidário e presidente camarário e ex-ministro do detido?! O que dirão os que lhe elogiaram o silêncio sobre o "elefante no meio da sala" no recente congresso do PS? Costa Cardoso

Cinco factos e uma pergunta

1 - Ontem, sexta-feira, houve buscas a várias empresas não especificadas no âmbito da "Operação Marquês" (o "caso José Sócrates"). 2 - O deputado Paulo Campos, do PS, foi secretário de Estado do primeiro-ministro José Sócrates, ocupando-se das autoestradas (e das parcerias público-privadas, as tais consideradas ruinosas para o Estado mas boas para as empresas do sector, entre as quais o Grupo Lena). 3 - Alguns jornais noticiaram o pedido de levantamento da imunidade parlamentar do deputado Paulo Campos. A Procuradoria-Geral da República fez saber que não enviara nada desse teor para o Parlamento. 4 - A Procuradoria-Geral da República também garantira há vários meses, porque era facto, que o ex-primeiro-ministro não andava a ser investigado no "caso Monte Branco" e que não iria ser detido, o que, nessa data, repete-se, também era verdade. 5 - Como primeiro-ministro ou já "ex", e sendo verdade que está indiciado por corrupção activa (além

Brasil e Portugal: ainda somos tão parecidos!

Brasil e Portugal estão separados desde o "Grito do Ipiranga", mas isso não impede, que ainda já em pleno século XXI tenham muitas similaridades.  Infelizmente, nem sempre por bons motivos, é verdade. Qual o tema hoje em dia, que está a "alimentar" mais os jornais, televisões, social media e cafés/botecos dos dois países? Não, não é o futebol, não obstante ser a maior paixão em terras lusitanas e de vera cruz. O tema mais badalado é a corrupção e todos os actos a ela associados. No Brasil, o escândalo da Petrobras, conhece novos capítulos a cada semana que passa, dando cada vez mais gás à oposição tucana e deixando o PT e sua “dama” Dilma, cada vez mais fragilizados no poder. Muitos políticos e outras figuras proeminentes, devem acordar diariamente com muitas dores de barriga, pois as coisas vão-se sabendo a conta gotas através de delação premiada. Parece que desta vez, pelo menos a culpa não vai morrer solteira! Em Portugal, como todos sabemos, é a prisão do

NÃO FALO

Não; não quero falar e não falarei. Os poderes ou os poderosos praticam muitas fazes a arte de nos fazer falar do que lhes interessa. Quando deteto nuvem; não falo. O “caso Sócrates” é uma dessas nuvens. Os velhos anarquistas sempre disseram: o Poder corrompe e também dizem que nunca tomas o Poder porque é o Poder quem te toma. Não defendo, portanto, o fazer político do socialista enclaustrado, nem, neste momento, tenho dados sobre o nível de corrupção tanto pessoal como do seu entorno. No entanto, sei que a prisão preventiva é uma medida excecional e que se deve aplicar excecionalmente; e sei que o ato de prender alguém é um ato que não pertence à sociedade do espetáculo. O condenado ou o suspeito de crime não deve e tem todo o direito de exigir sigilo em todos os aspetos. O condenado paga o seu crime com a sentença que é obrigado a cumprir e o suspeito é um acusado e a acusação deve e tem que ser provada. O resto é espetáculo de escárnio de muito mau gosto; o Poder não tem o direito

A batalha da informação: comunicação social, 7 - Sócrates, 1

Cinco dos seis diários generalistas de hoje têm primeiras páginas desfavoráveis ao ex-primeiro-ministro José Sócrates. O que sai oscila entre mais pormenores do processo (com o "Correio da Manhã" à frente) e os delírios de "habeas corpus" (que dão visibilidade a quem os faz mas que fazem, por exemplo, com que o Supremo Tribunal de Justiça blinde o processo contra outras tentativas de recurso, como a do advogado de Sócrates). As duas revistas generalistas ("Sábado" e "Visão") também não poupam o ex-primeiro-ministro, nas suas capas e no interior. A esta barragem de sete publicações hostis, Sócrates opõe apenas uma que lhe é favorável: o "Diário de Notícias" (para onde escreveu generalidades), que pertence a uma empresa de capitais luso-angolanos presidida pelo advogado Proença de Carvalho, representante intermitente do ex-primeiro-ministro. Há pormenores já revelados do processo (como o do transporte de malas com dinheiro pelo m

ARTIGO- Os suspeitos do costume e o Manuel

Este ano, para não variar, dois dos finalistas do prémio “Bola d’Ouro” são os suspeitos do costume: CR7 e Messi. O terceiro, para surpresa de poucos, é um guarda-redes, é Alemão, e chama-se Manuel. Não é o Manuel que Jorge Jesus invoca quando já não sabe o que dizer. É “apenas” o guardião da baliza da actual campeã do mundo.       Nunca haverá unanimidade sobre as escolhas, não sejamos ingénuos. No entanto, desta vez, deixem-me manifestar o meu total desacordo na escolha de Messi para esta lista final. O seu talento é indiscutível, provavelmente não haverá outro jogador num futuro próximo, e mesmo distante, que se iguale na qualidade futebolística, associada directamente a talento nato. Mas, ele por acaso tem lugar cativo nestas nomeações? Não esteve uma boa parte do ano fora de competição lesionado ou em baixo de forma? Por que o nomearam o melhor jogador do Mundial? Nem Blatter concordou com tal distinção! Caso venha a ganhar a sua quinta Bola d’Ouro, será mais uma “machadada” na

ARTIGO- Sócrates, Luís Arouca e a Justiça

Hoje já ninguém duvida que a Justiça se está a mexer, ocupando o espaço deixado livre pela inércia das alternativas e opções políticas. Mas não se espere da justiça as soluções mágicas para os problemas portugueses. Esta poderá apontar um caminho, aplanar uma rota, mas nunca substituir-se em definitivo ao poder executivo e legislativo. Aliás, por alguma razão é considerada " the least dangerous branch". Isto é, o poder de Estado menos perigoso. Não tem exército, não cobra impostos. Na realidade, actua sempre a pedido de outros. Sócrates tem adoptado um postura à americana. Faz o seu combate a dois níveis: o do tribunais e o da opinião pública. Não é muito habitual em Portugal, mas já se tinha visto o mesmo no caso Casa Pia. Mas sendo assim, não pode recusar que o ataquem. Tudo se passará como num jogo entre duas equipas. Com ataque e contra-ataque. A questão fundamental no momento imediato será a da sua libertação. Em regra, qualquer indivíduo sujeito a prisão preventiva s

CURTA- Na praça pública, o sol e a sombra

José Sócrates resolveu não estar calado e optou por "responder" a títulos de jornais e a abstrações genéricas das suspeitas que sobre ele caem. Quer trazer o seu processo para a praça pública ao mesmo tempo que tenta transformar a penitenciária de Évora numa espécie de Capelinha das Aparições com a ajuda de um núcleo de amigos fiéis (que o devem ver como patrono para um golpe de Estado constitucional). É um direito (enviesado) que o Estado de Direito lhe traz. Só é pena que iluda, sem lhes "reagir", as suspeitas mais substanciais: os 25 milhões sem origem definida, as malas de dinheiro transportadas pelo motorista, as movimentações bancárias e a ausência delas nos grandes montantes e tudo o resto que paira, e voltou a pairar, sobre ele. Estes pormenores ficam todos na sombra. E porquê? Serão verdadeiros?... Costa Cardoso 

CURTA- Sócrates e Universidade Independente

Está a ficar definitivamente claro que a Universidade Independente foi fechada para proteger Sócrates e a sua dita licenciatura. TM

TOMATADA

Eles elegem um papel... "Moção de estratégia do secretário-geral foi eleita por unamidade", escreve (mesmo assim) o "Expresso" sobre o congresso do PS. Já "unamidade" se perceberá que será "unanimidade" (mas porquê a distração?!). Agora... "eleger" uma moção?! Costa Cardoso

CURTA-Perturbação de inquérito e alarme social

O corrupio das visitas (praticamente todas elas em tom delirante, dos livros de filosofia em francês ao "Happy Meal" de ontem, passando pelo envelhecido Soares) ao Estabelecimento Prisional de Évora e as declarações públicas do ex-primeiro-ministro demonstram o que teria sido a manutenção em liberdade do arguido J. Sócrates: um comício "non stop" na Rua Castilho, o incremento das críticas populistas e "snobs" aos juízes, a co-incineração de António Costa em lume brando. É certo que o EP de Évora corre o risco de se transformar numa espécie de santuário e de lugar de romarias mas talvez seja melhor assim. Com o tempo pode ser que a comunicação social se volte a ocupar dos aspectos realmente sérios da "Operação Marquês" e que os fiéis se cansem. Se não for o caso, vamos ter uma bela "campanha negra" contra o Estado de Direito, organizada a duas mãos pelo detido e pelos seus apóstolos... Costa Cardoso  

CURTA-O Diabo está nos pormenores

Fazendo recordar os episódios conhecidos (por exemplo, no caso da "licenciatura") do relacionamento do agora recluso 44 com a imprensa), temos hoje o "Público" a dar-lhe voz numa declaração "exclusiva", só para o "Público", o "Diário de Notícias" a publicar a mesma coisa e a dizer que a tal declaração foi para a TSF, com o "Jornal de Notícias" a fazer de desmancha-prazeres e a asseverar que era um "comunicado às redacções". Excitados com a "exclusividade" da coisa, nenhum dos jornais reparou que o "comunicado" do ex-primeiro-ministro saiu depois da controversa visita que recebeu do ex-Presidente da República Mário Soares, contrastando de facto com a postura mantida desde a passada sexta-feira à noite.  É um pormenor significativo, pelo menos no domínio psicológico (eis uma análise que falta fazer...) e político. O "não metam o PS nisto", que ressume do "comunicado", parece

CURTA- A suspeita que não ousa dizer o nome

O ex-procurador-geral da República criticou publicamente o "processo Freeport" (ainda agora lhe chamou "fraude", na televisão), fez gala nas tesouradas que deu nas escutas do "processo Face Oculta", teve um almoço com José Sócrates a poucos dias da detenção do ex-primeiro-ministro em que procurou demonstrar com demasiada abundância que só falaram de livros e de viagens (até Évora?...), foi "apanhado" nas escutas da "operação Marquês" (segundo o "Correio da Manhã") e o inquérito do Ministério Público sobre violação do segredo de justiça ("Diário de Notícias") também parece visá-lo. Bem se pode citar Oscar Wilde para dizer que há nisto tudo uma suspeita que não ousa dizer o nome... Costa Cardoso 

CURTAS- Eduardo Dâmaso Superstar

O director-adjunto do "Correio da Manhã", Eduardo Dâmaso, fez da CMTV a emissão mais interessante de todas as televisões sobre este extenso fim-de-semana que terminou com a transformação de um ex-primeiro-ministro em recluso. Foi mais útil e mais interessante, apesar de às vezes se embrulhar nas palavras, do que a grande maioria das dezenas de convidados dos vários canais que, como já é costume, ninguém se preocupou em identificar enquanto falavam e falavam e falavam e falavam. Costa Cardoso

CURTAS- Do mal, o menos

O PCP já quis conquistar o poder. Agora basta-lhe conquistar um espacinho na comunicação social, meter aqui ou ali uma frase feita ou refeita, algumas palavras mais fortes, umas coisas que têm sempre mais forma do que conteúdo.  Seja qual for o assunto, Jerónimo de Sousa arreia o chavão e garante um título. Se há algum tipo de avaliação de desempenho lá dentro, existe decerto uma ficha semanal para preencher com os títulos ou os "soundbites" que o sempre bem penteado secretário-geral vai produzindo. De um lado (ele) e do outro (a imprensa pluralista), é uma espécie de "serviços mínimos". Costa Cardoso

ARTIGO- SÓCRATES E A JUSTIÇA

Não tenho qualquer dúvida que José Sócrates já devia ter sido acusado relativamente à sua licenciatura falsa e ao abuso de poder que constituiu o encerramento compulsivo da Universidade Independente. Não tenho qualquer dúvida que durante vários anos Sócrates foi protegido pelo poder judicial: Cândida Almeida, Pinto Monteiro e Noronha do Nascimento. Acredito que é absurdamente ridícula a história da compra do livro de mestrado por grosso. Esta história demonstra a fragilidade académica e a insegurança intelectual de José Sócrates. Mais do que milhões, ele queria ser um intelectual reconhecido. Isso nunca o será. Será mais um Benevides da vida, deslumbrado pelo pó dos veludos lisboetas, mas nunca alcançando a liberdade da mente e do pensamento. Mas, dito isto, e defendendo há muitos anos, a acusação e julgamento de Sócrates, é com perplexidade que vejo a comédia negra instalada à volta da sua prisão ( a detenção é uma prisão). E a questão não é a do mediatismo alimentado pelas m

ARTIGO- FRAGILIDADES

A detenção do ex-primeiro-ministro é um dos melhores exemplos de duas das actuais fragilidades da comunicação social. Ocorrida já muito tarde, pouco mais deu para títulos na generalidade da imprensa escrita de sábado. Da noite para o dia, os jornais de ontem transformaram-se em lixo. As edições de fim-de-semana e o "Expresso" ficaram desinteressantes. O "online" triunfou, com mais notícias mas, mesmo assim, muito pela rama. Só o "Sol" (obviamente bem abastecido de informações, antes da detenção ou mesmo em cima dela) é avançou mais. Hoje é um dia de luta na rua, digamos assim, com os vários jornais a competirem por pormenores e informações e o "Sol" em edição especial. Sabe-se já muito mas faltam duas coisas, entretanto: de onde veio o dinheiro do ex-primeiro-ministro que permitiu a acusação de corrupção? E há mesmo, como o "Sol" deu, um crime de falsificação de documento, ou documentos? Nas televisões, sem mais imagens do que ca

CURTA- O "Sol" a brilhar

No meio do turbilhão noticioso em torno da detenção para interrogatório do ex-primeiro-ministro José Sócrates há, é forçoso reconhecê-lo, um jornal que se destaca: o "Sol" conta todos os pormenores sobre as suspeitas de branqueamento de capitais, fraude fiscal e corrupção e revela quem são os outros três detidos. Está lá tudo (ou quase tudo...): as fortunas de Sócrates, os negócios em torno das casas da mãe, as movimentações de dinheiro vivo, a criação dos dois regimes de tributação extraordinária (os RERT) para uso próprio, a Octapharma, a compra das edições do livro que assinou sobre a tortura e, finalmente, a ligação suspeita ao caso do aterro da Cova da Beira, tendo tudo como pano de fundo o regresso das dúvidas sobre o modo como terá amealhado os seus dinheiros durante os seus anos de político. Um bom trabalho, para o que é necessário ter boas fontes. Ainda em torno do mesmo assunto, um destaque tipo menção honrosa para o "i" ("primo" do "

CURTAS- E as jornalistas?

"Há hospitais que querem saber se as médicas vão engravidar", indigna-se o "Diário de Notícias". "Havia um director de jornal que queria saber se as jornalistas iam engravidar", podia também contar o "Diário de Notícias", evocando um seu director de respeitabilíssima fachada que fazia o mesmo às jornalistas que contratava. Ainda lá está quem possa contar essa história. Costa Cardoso

TOMATADAS

Já fui a 8 dos 14 restaurantes premiados com estrelas Michelin. Alguns são bem mauzinhos, e nenhum deles é magnífico. MSB

Ou...ou

Belmiro de Azevedo, o destacado empresário que mantém o "Público" por filantropia ou porque precisa de ter alguma área de negócio no "vermelho", já deve ter pensado várias vezes se acabava com o jornal (que lhe dá prejuízo) ou se continuaria a financiá-lo. É uma lógica de "ou... ou...", inerente a qualquer ser humano racional que precise de tomar uma decisão e que queira, como sempre convém, pesar os prós e os contras. Para o "Público" não é assim e todas as decisões são lineares e, se têm a ver com o Governo, são eivadas de uma maldade imanente que obriga a desconfiar sempre. Só isso explica uma manchete como "Governo ponderou ajudar pública ao BES, apesar de ter dito o contrário", hoje publicada. Calcula-se que a directora do "Público" seja uma pessoa decidida e incapaz de ter a menor dúvida sobre o que vai fazer e capaz de decisões instantâneas que, não pertencendo ao Governo (nem a este nem, felizmente, a nenhum), s

CRÓNICA- O Desassossego

Acabam de dobrar os sinos a anunciar o meio-dia. Escondido na minha casa, vejo como abanam as ramas de um pinheiro manso. Lá fora, não só abanam as ramas do pinheiro manso; abana também o “caso BES”. No Parlamento falam da companhia Tranquilidade. Nada era tão tranquilo. Só o BdP é que não observava, então, a falta de sossego. Convenhamos, nesse caso, que o BdP não contribui para o bom repouso do cidadão. Se um polícia contempla um roubo ou uma agressão e não age; mal do polícia porque o clamor contra a passividade perante uma agressão ensurdeceria o homem ou mulher de farda. No “ caso BES” ainda não vi nenhum responsável da vigia do sistema bancário ficar com os ouvidos sem ação. Possivelmente, esta queda que trona a sociedade chegue a alcançar o nível de uma fita onde o terror; a avarícia; a anorexia dos responsáveis políticos; a intriga e a devassidão do sistema bancário sejam um enredo para ressuscitar um “ Outro Padrinho”. Eu vi o Padrinho, mas, nunca numa sala de Cinema. Sabia q

TOMATADAS

Imagino que as multidões ululem de satisfação com mais uns "importantes" presos. Mas deve- se perguntar: os arguidos não devem ser detidos apenas por 48 horas e não por 5 dias seguidos? O juiz de instrução cumpriu a lei? É que a lei dos jornais não é o Direito. Ou não era... Boa aposta, a nomeação de Anabela Rodrigues. MSB

CURTA-A vitória da irrelevância jornalística

Nos tempos áureos do PREC, o grupo maoísta designado por União Democrática Popular (UDP) criou uma organização para as suas mulheres chamada União das Mulheres Antifascistas e Revolucionárias (UMAR). Anos depois, a UDP foi uma das organizações que criaram o Bloco de Esquerda (BE) e, como o "antifascismo" e a "revolução" já pouco davam, a UMAR passou a ser a União Mulheres Alternativa Resposta. Desconhece-se, claro, qual a sua relevância social e qual a sua representatividade. Podem representar todas as mulheres do mundo, tipo Partido Ecologista Os Verdes (o aliado do PCP que nunca se apresentou a votos mas que tem lugar garantido no Parlamento) e podem ser duas ou três pessoas do sexo feminino que se representam a elas próprias. Mas isso não impede esta organização de ser citada na página um do diário online "Observador" (do jornalista José Manuel Fernandes que, afirmando algum rigor jornalístico, já foi da UDP) a propósito do anúncio do nome da indigi

CURTA- As verdades e as mentiras

"Reuniões suspeitas tramam ministro", escreve o "Correio da Manhã" sobre o agora ex-ministro da Administração Interna, referindo-se a escutas, a um pedido de bilhetes para um acontecimento desportivo, a uma viagem a Espanha e a um encontro com um chinês. O "i" escreve, por seu turno, que o ex-ministro foi "vítima das suas amizades". A verdade pode estar num dos lados, algures por aí, nunca se saber, ou saber-se apenas a parte que convém a quem divulga o que até pode ser, no momento, impossível de confirmar. Esta é mais uma das características do actual jornalismo português: a verdade pode nem sempre ser a verdade e até pode haver várias verdades; as mentiras, logicamente, estão sempre bem protegidas. Costa Cardoso

ARTIGO: Os eternos candidatos a Belém

As presidenciais ainda não estão ao virar da esquina, mas já há muito se vão cogitando nomes de candidatos.       Para minha decepção, e acredito, para muitos portugueses, os nomes veiculados, não trazem novidades.       O perfil de um candidato, ou melhor, pré-candidato, lançado sempre pela nossa comunicação social cada vez menos criativa, não tem conhecido grandes alterações.       Geralmente, temos um antigo Primeiro-Ministro (PM). Quem já liderou o nosso executivo, automaticamente, está lançado na corrida a Belém. Não haveria mal nenhum nisso, caso esses senhores de inegáveis qualidades políticas, tivessem governado Portugal rumo à prosperidade e desenvolvimento.        Ora, o que nós temos presentemente, é um país amorfo, completamente endividado, e pior que tudo, cavando ainda mais o seu próprio buraco. A quem é que nós devemos isso? Às brilhantes cabecinhas pensadoras que lideraram os nossos governos mais recentes. Como recompensá-los? Que tal hospedá-los em Belém por 5

ARTIGO- Marques Mendes. A essência do nada

O comentador e político ( ex e futuro?) Marques Mendes representa a essência do nada.  O nada que são os políticos e dirigentes nacionais. O nada é a sua vida. O nada é o seu currículo. O seu grande orgulho foi ter sido muito novo, por influência do pai, adjunto do governador civil de Braga. Depois, em virtude das ligações nortenhas e do feitio servil e hábil, alcandorou- se a postos minsiteriais com Cavaco Silva, que como já se viu tem um dedo especial para escolher colaboradores. Como ministro Mendes ficou conhecido por andar a altas velocidades sem cinto de segurança. E fazer bodyboard. De resto, articulou, coordenou e conspirou.  Saído do governo foi para a prateleira dourada da época- a universidade privada. Quem o conheceu na época diz que só traiu. Depois conseguiu liderar o PSD. O homem das articulações e conspiratas tornou- se num moralista. Assim, tramou Carmona Rodrigues e entregou a Câmara de Lisboa a António Costa. Até hoje... E que mais fez o Mendes? Tornou-

CURTA- Analfabetismo

Na edição impressa, o "Jornal de Notícias" (numa matéria sobre bebés prematuros) escreve "poucos gramas". Na versão "online" descamba para a burrice: "poucas gramas". "Grama", a unidade de peso, é masculino. São, portanto, muitos e muitos gramas de burrice e de puro e simples analfabetismo. Costa Cardoso

CURTA- Culpado por associação

Miguel Macedo foi, ou é, sócio de uma das pessoas "indiciadas" no caso dos vistos dourados. As diligências policiais visaram o ministério que tutela. Falou várias vezes ao telefone com outro dos "indiciados", quando este tipo tinha o telefone sob escuta. Portanto... é culpado. Portanto... devia estar preso. Este é o raciocínio (palavra tão adequada como afirmar que um equídeo raciocina) dos "indignados" das redes sociais. Não devia ser o da imprensa, nem dos jornalistas. Mas é o que se infere (o que é tão legítimo como o raciocínio dos jornalistas que participam na festa) dos títulos e das fotografias do "Diário de Notícias" do "Público". Por acaso, ambos, tidos como "jornais de referência"... Costa Cardoso 

CURTA- A corrupção jornalística

Esta tarde, no meio das notícias sobre a operação policial que visou suspeitos de corrupção no programa dos "vistos dourados", o "Diário de Notícias" escreveu taxativamente que o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, era um dos "visados". Horas depois, no mesmo jornal, desapareceu a "notícia" mas lá se põe o ministro com um dos detidos. Uma das detidas foi colega de Miguel Macedo na mesma sociedade de advogados. Terá sido essa a origem da associação? Ou há mesmo suspeitas sobre o ministro? Esta falta de transparência jornalística é também uma forma de corrupção... Costa Cardoso

TOMATADA

Um exercício que seria interessante fazer-se Os jornais que tanto destacam, e de forma mais carinhosa, a OPA da filha do presidente de Angola sobre a PT são aqueles que têm capitais angolanos? CC

CURTA- Se é "Governo" é mau

O marido da ministra das Finanças (e a qualidade conjugal não é cargo de governo, segundo me parece), que é jornalista, comunicou a outro jornalista por SMS algo como isto: "Não sabes quem é que eu sou. Metes a minha mulher ao barulho e podes ter a certeza que vais parar ao hospital".  É uma ameaça? É e deve ser repetida, nestes termos ou semelhantes (a base é o famoso "agarrem-me senão eu bato-lhe"), centenas de vezes todos os dias. Não é nada de novo. Pode dizer-se que não é elegante e que revela "maus fígados" mas não há ninguém, numa relação amorosa saudável, que não se irrite, em maior ou menor extensão, se alguém incomoda o cônjuge. O outro jornalista queixou-se às autoridades (será um julgamento interessante, se a queixa não for arquivada) e a coisa é primeira página nos vários jornais, tipo defesa colectiva da honra jornalística. É interessante, no entanto, que fique omissa uma outra "acusação" do marido da ministra: o outro jornali