ARTIGO- Os suspeitos do costume e o Manuel

Este ano, para não variar, dois dos finalistas do prémio “Bola d’Ouro” são os suspeitos do costume: CR7 e Messi. O terceiro, para surpresa de poucos, é um guarda-redes, é Alemão, e chama-se Manuel. Não é o Manuel que Jorge Jesus invoca quando já não sabe o que dizer. É “apenas” o guardião da baliza da actual campeã do mundo.
      Nunca haverá unanimidade sobre as escolhas, não sejamos ingénuos. No entanto, desta vez, deixem-me manifestar o meu total desacordo na escolha de Messi para esta lista final. O seu talento é indiscutível, provavelmente não haverá outro jogador num futuro próximo, e mesmo distante, que se iguale na qualidade futebolística, associada directamente a talento nato. Mas, ele por acaso tem lugar cativo nestas nomeações? Não esteve uma boa parte do ano fora de competição lesionado ou em baixo de forma? Por que o nomearam o melhor jogador do Mundial? Nem Blatter concordou com tal distinção! Caso venha a ganhar a sua quinta Bola d’Ouro, será mais uma “machadada” na credibilidade deste prémio.
      Quanto aos outros dois concorrentes, a questão coloca-se de uma maneira muito simples. Se os votantes quiserem seguir a vertente que premeia o colectivo e a selecção vencedora do mundial, Manuel Neuer será um justo vencedor. Será um digníssimo representante desta via, pois foi o esteio da selecção germânica, mesmo quando esta esteve menos demolidora, como foi o caso da exibição contra a Argélia.
      Por outro lado, se a atribuição da Bola de Ouro privilegia quem efectivamente foi o melhor jogador, em termos estritamente individuais no ano civil de 2014, o nosso Cristiano vencerá mais uma vez, sem qualquer dúvida. O ano de CR7 foi perfeito, claro está, se exceptuarmos a campanha no mundial. Aí, todos nós pudemos observar nitidamente que a estrela da seleção, apesar do esforço reconhecido, estava nitidamente em sub-rendimento, fruto de uma época desgastante.
João Dias 

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