Oportunismo (de direita)
A participação indirecta do BE e do PCP no actual governo do PS é, desde o primeiro momento, estranha. Não se vêem, ao cabo de seis meses desta experiência política, resultados que possam ir no sentido do que, pelo menos teoricamente, defendem aqueles dois partidos. Não se percebe como é que se pode dizer que acabou a austeridade quando as restrições económicas atingem a maioria da população, a começar pelo brutal aumento do imposto sobre os produtos petrolíferos. E nem se pode dizer que a função pública também se viu livre da austeridade porque os seus salários não melhoraram substancialmente. Ao contrário do que este fim de semana e hoje, segunda-feira, disseram os dirigentes dos dois partidos (numa espécie de competição ciumenta), o apoio do BE e do PCP ao PS serviu para uma única coisa: pôr os dois partidos no “arco da governação”, o que se torna especialmente aliciante para o BE e embaraçoso para o PCP. O BE e os seus dirigentes e quadros querem sentar-se “à mesa do or