Crónicas de Sete Rios: A privatização da CGD?!

Não se pode começar este artigo com o argumento habitual a propósito da privatização de uma empresa, dizendo que os privados gerem melhor. No caso da banca parece que o mal é geral. Dos factos até agora conhecidos, parece que só os estrangeiros geriram bem os bancos portugueses...
Mas pode-se questionar quais foram as vantagens para o Estado e o chamado interesse nacional de ter a CGD como banco público. É que não se vê que a CGD tenha financiado a economia mais de que os outros...Da minha experiência, a CGD até é um banco mais fechado e tecnologicamente atrasado do que qualquer dos outros..
Mais, parece que a CGD se estatelou e precisa constantemente de capital devido aos desmandos dos governos e de alguns administradores na sua gestão para amigos. Não vou dizer que todos os problemas da CGD derivam da gestão Sócrates/Vara. Mas digo que estes elevaram a utilização da CGD como banco dos amigos para desenvolver certas políticas a patamares desconhecidos.
Também não vou falar das amizades entre vários administradores da CGD e grandes empreiteiros, que por acaso almoçavam juntos com frequência no Porto de Santa Maria.
Mas vou dizer que a CGD não serviu o país, mas os amigos do poder.
Assim, na CGD talvez fosse interessante desenvolver um modelo misto, com a maioria de capital público e a restante parte dividido em duas tranches, uma para investidores qualificados, outra para a população em geral.
Talvez a mútua vigilância tornasse a CGD um banco bem gerido.
Uma palavra final para o novo Conselho de Administração de 19 membros. É uma brincadeira de mau-gosto para ninguém fazer barulho por causa da CGD.

Temístocles Menor

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