PAULO PORTAS E A CRUZ QUEBRADA
O todo-poderoso Paulo Portas nem é grego, nem alemão. Pela aparência, Portas teve algum problema de identificação. Curiosamente, não sei ao certo onde está a sua origem; no entanto, há uns bons anos, conheci um grupo de pessoas da Cruz Quebrada, Dafundo e Santo Amaro de Oeiras que se pareciam muito com o ínclito político. Gostavam de tocar a pandeireta e eram excelentes nos monólogos; falavam, muito bem, sozinhos. Faziam questão de afirmar orgulhosamente a sua condição de naturais da orilha do Tejo; diziam-se: “Tágidenses”. Eram grandes leitores de Afonso Lopes Viera e diziam que o futuro de Portugal chamava-se Paulo Portas. Em tempos, receberam o golpe de 25 de Novembro com alvoroço e começaram a sonhar com o Quinto Império. Anos mais tarde sentiram-se enganados. Muitos deles emigraram para superar o desconsolo e outros transformaram-se em excelentes homens de negócios relacionados com a indústria naval; faziam canoas e certo tipo de yates que se costumam ver pelas docas do Tejo. Os c