Fosun e BCP. A falta de racionalidade da operação
O grupo chinês Fosun vai entrar no capital do BCP, agora que a Sonangol não tem dinheiro. Segundo informações públicas, a entrada desse grupo obrigou o governo português a mudar a lei aprovando um regime que permite "às sociedades admitidas à negociação em mercado regulamentado procederem ao reagrupamento das suas ações, fora do âmbito de uma redução do capital social". Simultaneamente, parece que o grupo chinês beneficiará de um desconto de 10% face ao valor das acções de mercado. Chineses, angolanos, paquistaneses, russos, alemães, americanos, haitianos, todos são bem-vindos ao mercado português, desde que venham jogar segundo as regras, sejam credíveis, e as operações decorram de modo transparente, e no fim deixem dinheiro para Portugal e os portugueses. Mudar uma lei para agradar a um investidor é logo algo que levanta suspeitas. Conceder um desconto de 10% numa altura em que as taxas de juro são baixíssimas, bem como as cotações do BCP, é uma enormidade. O BCP