Na vida do actual chefe do Estado há muitos “Marcelos”. Há (no hemisfério público) o do “Expresso” do fim do Estado Novo até ao fim da Aliança Democrática, há o do presidente do PSD que quis atabalhoadamente destronar o primeiro-ministro Guterres, há o candidato à Câmara Municipal de Lisboa, há o comentador político, há o “entertainer” televisivo/explicador político, há o político que não quer ser político. E que não quer ser político quando exerce o mais político de todos os cargos: Presidente da República. Votei em Marcelo Rebelo de Sousa para esse mesmo cargo, em Janeiro deste ano, e, ao cabo destes meses todos… Bem, sinto-me decepcionado. E não há, infelizmente, período de devolução por insatisfação ou livro de reclamações em eleições democráticas. O período áureo de Marcelo Rebelo de Sousa foi, para mim, o de comentador na rádio nos anos 90. Era brilhante, arguto, docemente sarcástico, pesada mas subtilmente crítico com as notas que dava. A transição para a TV pode ter-lhe si