Plano para a saída do Euro. Agora.
É um facto, que começa a ser indesmentível, que a adesão de Portugal ao Euro em 2000 contribuiu para o marasmo em que o país caiu.E já vão 16 anos de pântano!
Começa a ser um facto que o Euro se encontra à beira da desagregação. Os povos europeus, tal como em 1848, estão-se a revoltar contra o Império, neste caso a União Europeia. Foi o Reino Unido no Verão e ontem a Itália. Entretanto, o ministro das finanças alemão ameaça, novamente, a Grécia com a expulsão do Euro.
Qualquer governo prudente encetaria a preparação de um Plano para a saída do Euro, para não ser tudo uma desordem.
Aqui vai a sugestão escrita em 2013.
A saída do Euro devia obedecer a um plano político e financeiro. Do ponto de vista político torna-se importante fazer uma aliança com a Itália, Espanha e Grécia para preparar uma saída conjunta do Euro.
Ao mesmo tempo deveria estar preparado um plano de ajuda financeira do F.M.I. para fazer face à explosão inicial, sobretudo ajuda nas falências, sustentação dos bancos e nos apoios sociais básicos. Isto é, a saída do Euro tem que estar suportada num apoio financeiro do F.M.I.
Com essas duas amarras ou bóias dever-se-ia sair do Euro.
Essa saída teria um início intenso e complicado que seria almofadado (politicamente com uma aliança com os países mediterrânicos e financeiramente com o F.M.I.) mas depois permitiria um rápido reequilíbrio da economia.
Apresenta-se agora um Guia para a saída do Euro, tentando abarcar todos os aspectos:
1 – A saída deve ser oficializada na véspera (depois das 20.00 horas) de uma sexta-feira, feriado.
2 – Deve procurar-se que saiam vários países ao mesmo tempo (e de preferência com o mesmo feriado).
3 – Durante os três dias feriado (sexta-feira, sábado e domingo) deve carregar-se as máquinas Multibanco e fornecer os balcões bancários com a nova moeda.
4 – A conversão do Euro para a nova moeda deve ser feita por igual para todos os casos (depósitos, empréstimos). O ideal era a paridade inicial de 1 para 1.
5 – Deve haver uma negociação internacional em relação ao pagamento de dívidas denominadas em Euro e tentar transformá-las (pelo menos em parte) na nova moeda. A situação ideal era acabar o Euro. Assim tinha que haver uma redenominação geral das dívidas internacionais em Euros.
6 – A legislação para a saída de Euro tem que retirar de apreciação judicial as questões emergentes por perdas resultantes da modificação da moeda.
7 – A legislação tem que assegurar o primado da lei portuguesa sobre a lei Europeia ou outra.
8 – Uma campanha de marketing de confiança na nova moeda e de explicação da necessidade de saída do Euro tem que ter lugar.
9 – Têm que ser aplicados controlos temporários de movimentos de capitais e de levantamentos bancários avultados.
10 – A saída do Euro tem que ser feita em apertada coordenação com o Banco de Portugal e a Banca.
Rui Verde in Helicópteros com Dinheiro, Lisboa, Chiado Editora, 2013, p.46
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