Praise

Não é normal um povo decidir sem medo o seu futuro, contra todas as expectativas ( e ameaças). Inglaterra fez isso pela segunda vez em menos de 100 anos. Primeiro, quando Churchill decidiu confrontar sozinho as hordas nazis. Agora, quando a maioria do povo decidiu sair da U.E., sabendo que tal pode levar à desagregação do Reino Unido. Mas a razão é essencialmente a mesma: o domínio germânico da Europa Continental. Naquele tempo, como agora, a questão que se coloca é o papel que a Inglaterra pode e deve ter face à supremacia teutónica. Mais uma vez escolheram o confronto, em vez do consenso e do apaziguamento. Por isso, apesar de todos os seus defeitos, temos que admirar a estamina e coragem do povo britânico. E também a dignidade e frontalidade do primeiro-ministro britânico que deu uma lição de democracia aos palradores continentais. (Compare-se com as tristes figuras que os nossos dirigentes fazem).
Portugal tem uma lição a tomar deste referendo. O povo tem que tomar nas suas mãos o destino do país, sem medo. E muito possivelmente o destino não é integrar o sistema continental dominado pela Alemanha. Talvez seja de começar a pensar numa futura Confederação lusa englobando Portugal continental, Madeira, Açores, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Guiné-Bissau.
Em vez de perder tempo a ver 11 milionários a dar chutos numa bola, vale a pena recuperar o espírito aventureiro do povo.

Rui Verde

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