A batalha da informação: comunicação social, 7 - Sócrates, 1

Cinco dos seis diários generalistas de hoje têm primeiras páginas desfavoráveis ao ex-primeiro-ministro José Sócrates.
O que sai oscila entre mais pormenores do processo (com o "Correio da Manhã" à frente) e os delírios de "habeas corpus" (que dão visibilidade a quem os faz mas que fazem, por exemplo, com que o Supremo Tribunal de Justiça blinde o processo contra outras tentativas de recurso, como a do advogado de Sócrates).
As duas revistas generalistas ("Sábado" e "Visão") também não poupam o ex-primeiro-ministro, nas suas capas e no interior.
A esta barragem de sete publicações hostis, Sócrates opõe apenas uma que lhe é favorável: o "Diário de Notícias" (para onde escreveu generalidades), que pertence a uma empresa de capitais luso-angolanos presidida pelo advogado Proença de Carvalho, representante intermitente do ex-primeiro-ministro.
Há pormenores já revelados do processo (como o do transporte de malas com dinheiro pelo motorista, por exemplo) que sugerem momentos de ruptura cognitiva com a realidade.
A fé do ex-primeiro-ministro de afirmar generalidades intimistas na comunicação social, em vez de responder (se está inocente devia fazê-lo...) aos pormenores concretos que se vão sabendo (e que ninguém desmente), confirma a dificuldade pouco saudável de Sócrates de lidar com as coisas concretas do dia-a-dia.

Costa Cardoso

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