Embora o bovino, especificamente a vaca, seja um animal sagrado em algumas religiões, o certo é que a figura tradicional portuguesa, quando se aplicam asa a um mamífero que não seja um anjo (nem um morcego), é a do porco. Haverá decerto uma boa explicação social e até cultural. O porco, e atente-se logo no nome, é um animal rasteiro, mais próximo do solo do que uma vaca. É praticamente omnívoro, o que significa que come tudo, incluindo restos de alimentos humanos (e até os próprios humanos, segundo parece). Talvez por causa da sua posição mais rasteira, parece rastejar e o seu habitat não é o terreno limpo e mais ou menos verdejante dos bovinos mas o chão sujo. As pocilgas “naturais” não são modelos de limpeza como o poderão ser as industriais. A criação de porcos doméstica implica a permanência do animal numa mistura de lama e de excrementos. A limpeza do porco, neste caso, só se alcança depois da matança. Considerado néscio, em termos de raciocínio, o porco já teve uma peq
O Expresso de 13 de Agosto anuncia com parangonas que a historieta do Secretário Andrade e da sua ida ao futebol está a ser investigado no DIAP e dá-nos variados detalhes sobre a matéria. Na mesma edição, por coincidência, a Directora do DIAP, Maria José Morgado escreve, em abstracto, acerca do crime que eventualmente o Secretário Andrade teria cometido. Tratar-se-á do crime de recebimento indevido de vantagem.E aponta como esse crime deve ser investigado, além de referir que na GALP serão procurados os exactos responsáveis pela oferta. Depois queixa-se que o crime foi mal importado da Alemanha ( de onde é importado todo o nosso direito penal, desde os tempos do nazismo), e defende uma teoria objectiva do crime. I.e. basta haver prenda para haver crime. Dois comentários suscitam estes factos: É uma grande coincidência aparecer a notícia do Expresso acerca do trabalho concreto de Maria José Morgado e o texto desta em abstracto sobre o tema. A posição da Directora do DIA
Anuncia-se com a alegria dos pacóvios um pacto da justiça, saído de uma tal Cimeira da Justiça, realizada em Tróia, e assinado pelos vários sectores da Justiça (magistrados, advogados, juízes, funcionários judiciais). Não se sabe se os partidos políticos deram, ou vão dar, cobertura consensual a tal pacto, mas imagina-se que sim. Há que dizer claramente: há que ser contra pactos de Justiça que colocam todos de acordo. A Justiça é por definição adversarial. Os vários actores têm que ter perspectivas diferentes. Se todos estão de acordo, algo de preocupante se passa. É evidente que a Justiça portuguesa tem dois problemas essenciais: o da celeridade e o da executabilidade. Mas esses problemas têm uma solução muito simples, o reforço efectivo e nova gestão da Justiça e a simplificação legislativa. Ambas estão nas mãos do poder legislativo e executivo e da maioria que os sustenta, seja hoje, seja ontem, seja amanhã. Contudo, esses mesmos problemas não precisam de qualquer pacto, at
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