CRÓNICA- PARVAMENTE CONFUSO


Leio a editorial de um grande jornal e estou a ficar parvamente confuso. A rica Isabel dos Santos lança uma OPA que pelo que se advinha e relatam analistas, é mais que uma OPA à empresa concreta (PT); é uma OPA labiríntica que lhe permite posicionar-se no poder de outra empresa, brasileira, e pela sua vez a rica Isabel dos Santos tem uma empresa que é rival da empresa “opada”. No entanto, este labirinto li-o também na notícia propriamente dita. O jornalista escreveu e descreveu esta incursão e quando a li não fiquei parvamente confuso. Mas ao ler a editorial fiquei; fiquei tremendamente parvamente confuso. Não entendo e não a entendi. O editorialista lança praticamente um urra porque a Isabel dos Santos travou ou dificultou a OI, empresa brasileira, na sua possível ambição de compra… Perguntei-me: qual a diferença ou onde está a vantagem para a PT e para os consumidores ou para o cidadão em geral que a PT passe para as lindas mãos da Isabel dos Santos e não para as não menos lindas mãos brasileiras?.. Não entendo; estou literalmente obtuso.
Mas tenho mais; este fim-de-semana foi rico em labirintos e urras que não entendo. Num canto da Península Ibérica, Catalunha, celebrou-se um referendo confuso sobre o sim ou o não à Independência. Catalunha tem bastante mais de cinco milhões de eleitores. Votaram favoravelmente à Independência um milhão seiscentos mil eleitores. Artur Mas, presidente autonómico e líder do partido nacionalista de direita, sai; sorri e com um grande ar de felicidade declara que foi um êxito. Não entendo. Como pode uma derrota a nível de participação eleitoral e votos ser um êxito? Será que está de moda uma nova forma de entender a política onde o masoquismo é uma mais-valia?
Existe uma realidade que fala da ação militante e os nacionalistas são tremendamente mais ativistas; não faltam; não falham; fazem mais propaganda e o restante que diz respeito às regras do bom militante. Com tudo isto; com toda a vontade e interesse os nacionalistas independentistas nem se aproximaram do necessário para poder dizer: os independentistas são, em número, metade da população com direito a voto. Mas, falam de êxito e estou convencido que hoje passeiam de peito inchado pelas ruas e vielas de Catalunha. Não entendo.
Este fim-de-semana aconteceu-me alguma coisa não detetada que me provoca esta confusão parva. No entanto, alguém está bastante mais confuso ou algum iluminado inventou novos conceitos ou formas de leitura sem me aperceber. 
José Luís Montero


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