ARTIGO: Os eternos candidatos a Belém

As presidenciais ainda não estão ao virar da esquina, mas já há muito se vão cogitando nomes de candidatos.
      Para minha decepção, e acredito, para muitos portugueses, os nomes veiculados, não trazem novidades.
      O perfil de um candidato, ou melhor, pré-candidato, lançado sempre pela nossa comunicação social cada vez menos criativa, não tem conhecido grandes alterações.
      Geralmente, temos um antigo Primeiro-Ministro (PM). Quem já liderou o nosso executivo, automaticamente, está lançado na corrida a Belém. Não haveria mal nenhum nisso, caso esses senhores de inegáveis qualidades políticas, tivessem governado Portugal rumo à prosperidade e desenvolvimento. 
      Ora, o que nós temos presentemente, é um país amorfo, completamente endividado, e pior que tudo, cavando ainda mais o seu próprio buraco. A quem é que nós devemos isso? Às brilhantes cabecinhas pensadoras que lideraram os nossos governos mais recentes. Como recompensá-los? Que tal hospedá-los em Belém por 5 ou 10 anos?!
      Um outro tipo de perfil que também vai ganhando algum peso nos nossos media, é o do comentador ou “paineleiro”. Na maior parte dos casos são ex ministros ou mesmo, pasme-se... antigos PM.
      Para que não nos apelidem de cinzentos ou carrancudos, vamos assistindo, por vezes, a fenómenos populistas, alguns até com boas intenções, mas, infelizmente, vazios de conteúdo.
      E pronto! Tirando este tipo de personalidades, o que nos resta? Será que a nossa sociedade não consegue promover figuras que tenham um outro tipo de visão sobre o papel a desempenhar pelo Presidente, e mais importante do que isso, que sejam realmente competentes?
      Além disso, não estamos nós portugueses fartos de ver Presidentes, que pouco ou nada acrescentam no cenário político, a não ser mandar uns bitaites (muitas vezes contradizendo-se nas suas afirmações ao longo do tempo), ou simplesmente, remeterem-se ao silêncio quando lhes é conveniente? Afinal, qual é o papel do Presidente? Se é uma mera figura decorativa da nossa vida política, não estará na altura de redefinir as suas funções? Ou será que nós apenas lhe atribuímos a função de demitir o PM quando este supostamente se porta mal ou irrita Sª. Exª? 
Então, se é assim, será que a designação de Presidente da República é a mais adequada?

Miguel Verde

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