ARTIGO- O demagogo anticorrupção que acaba por talvez ser corrupto


Quem será o demagogo catastrofista Paulo Morais, que escreve no "Correio da Manhã" (onde é que havia de ser?...) e que parece chegar agora à televisão?
Armado em cruzado anticorrupção, sem dizer ao que vem nem de onde veio, Morais permite-se as maiores pérolas de demagogia, ultrapassando mesmo Marinho e Pinto, que depois extasiam sectores da opinião pública e publicada que varrem o raciocínio para debaixo da carpete da sala.
Como esta: "Mas, mesmo quando há condenações a prisão efetiva, como aconteceu no caso ‘Face Oculta’, com Armando Vara, este sai em liberdade. Porque o regime penal admite que um qualquer recurso suspenda a execução das penas.Por último, a promiscuidade entre política e negócios. Os políticos mais poderosos são cúmplices dos maiores criminosos de colarinho branco, e estes tornam-se intocáveis. Sabem que os subornos que pagam lhes garantem proteção. Neste jogo de monopólio, os maiores corruptos dispõem do cartão ‘você está livre da prisão’."
Se o próprio Morais, o que é sintomático, não fundamenta as suas tiradas (não parece ter havido recurso no caso do arguido que cita, mas apenas uma decisão do tribunal colectivo, que foi bastante severo, de o deixar aguardar em liberdade o trânsito em julgado), lógico seria que a imprensa que lhe dá abrigo o inquirisse sobre as suas afirmações.
E que lhe pedissem que dissesse quem são "os políticos mais poderosos que são cúmplices", se mandam nos tribunais e quem são os "maiores criminosos de colarinho branco".
É que, de outro modo, o corrupto é ele - beneficiado em notoriedade e remunerações de órgãos de comunicação social por tudo o que diz e que ninguém sindica. Ou seja: corrompido pelo fascínio da notoriedade e do dinheiro. 

Costa Cardoso

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