O polifascismo e a necessidade da revolução anárquica

Rui Verde

Há um espectro que desce ameaçador, indistinto, mas sugador sobre os cidadãos dos países desenvolvidos. 
Esse espectro retira a liberdade, oprime o indivíduo, deixa-o sem defesas.
Em última análise termina com a personalidade, a pessoa, o homem.
Há falta de melhor nome chamemos-lhe Polifascismo. Tal como o fascismo tem tendências totalitárias, quer a submissão do cidadão, verga-o. A única diferença é que agora não é o fascismo de um estado, mas de várias organizações, entre as quais o estado. Há várias organizações fascistas, lideradas por tiranetes, por kleine Führers que esmagam o cidadão. Esses kleine Führers constituem aquilo a que o historiador Rui Ramos chama a Oligarquia e domina os países ditos desenvolvidos.
Vejamos vários exemplos do Polifascismo.
O estado deixou de ter um código de processo penal e passou a ter um código de processo inquisitório em que o arguido é esticado e espremido até à exaustão. Um instrumento fascista.
O estado deixou de ter uma administração fiscal e passou a ter uma máquina informática de confisco fiscal que pratica o roubo aos contribuintes em grande escala. Antigamente, Proudhon dizia que a “propriedade é um roubo”, agora pode-se dizer que o imposto é um roubo. Outro instrumento fascista.
A segurança social corta imediatamente a pensão de quem morre, mas demora 6 meses a pagar nova pensão à viúva, que nada mais tem. Ela vive de quê? Uma decisão fascista. Se corta uma, começa outra. 
Na Câmara Municipal de Lisboa, a assessora bronzeada socialista de um vereador quer que ex- reclusos condenados por abuso sexual não trabalhem nos jardins públicos. Deverão ficar presos para toda a vida? Mentalidade social fascista.
Muda-se a fornecedora de electricidade da EDP para a ENDESA, mas a ENDESA vem cobrar segundo as estimativas que a EDP lhe forneceu anteriormente. Tudo igual. Onde está a concorrência? Aliás, exemplo do novo fascismo é o comportamento destas empresas de electricidade, água e comunicações.
O petróleo sobe, a gasolina sobe, o petróleo desce, a gasolina não desce. Fascismo das petrolíferas que dominam o estado.
Os bancos…nem vale a pena falar nos maiores abusadores do cidadão remediado.
E a Volkswagen, exemplo da perícia alemã, não passa de uma empresa vigarista que engana os consumidores despudoradamente.
Todas as grandes organizações criadas nos países desenvolvidos parecem adoptar comportamentos fascistas, ilegais, contrários à liberdade individual, perturbadores do homem e da sua dignidade. 
A divisão não é mais entre estado e privado, é entre fascistas e oligarcas x cidadãos livres.
O cidadão tem que começar a sua luta pela libertação dos novos fascismos, dos novos opressores.
 Os nossos pais e avós não lutaram pela democracia e liberdade, nas praias de França, no céus de Londres, nas serras da Beira Interior, para ver hoje nascer uma geração de conformistas choramingões dominados pelo novo fascismo.
É necessário uma libertação, uma revolução que destrua as organizações opressoras deste mundo e as sujeite ao controlo da liberdade e autonomia individual.

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