As patas na poça

Podemos, em termos práticos, dizer que temos dois défices das contas públicas: o que resulta do desequilíbrio entre as receitas e as despesas do Estado (que obriga a medidas extraordinárias de aumento de receitas, como os impostos) e o que é simplesmente estatístico, ou contabilístico, e resulta de uma despesa extraordinária que fica apenas contabilizada. No primeiro, estamos bem quanto a 2014; no segundo, como o Novo Banco não foi vendido, o Estado não recuperou ainda o que emprestou.
Este problema ocupou ontem grande parte da campanha eleitoral. A coligação governamental defendeu-se, o conjunto das oposições tratou do assunto como se este défice contabilístico fosse o défice normal e resultado das políticas do governo que combate.
E o que nos diz a imprensa hoje, quinta-feira, de manhã? Que há esse défice contabilístico e que o tema agitou a campanha.
Ou seja: até a imprensa, apesar das bolsas "costistas" que continuam a existir, percebeu qual era o verdadeiro problema.
Perante isto, e recorrendo a uma antiga expressão, pode dizer-se que o PS, o PCP e o BE meteram as patas na poça. E que a imprensa também o percebeu.

Costa Cardoso

Comentários

Mensagens populares deste blogue

O porco com asas

Maria José Morgado. As coincidências no Expresso de 13 de Agosto.

Os patos na Justiça