A prova indesmentível do tratamento de favor que tem Costa na imprensa

Há dois quadros que a edição deste sábado do “Expresso” publica na sua página 26 que deviam pôr os jornalistas a corar de vergonha e, se por acaso a tivessem, a fazer um acto de contricção.
São quatro quadros que se referem, dois, à comunicação social e, os outros dois, às redes sociais Facebook e Twitter e que medem o “impacto mediático” de dirigentes partidários e de partidos em cada um desses meios.
O período abrangido é significativo: vai de 15 a 24 de Setembro deste ano, apanhando já a fase mais renhida da disputa pela vitória nas eleições do próximo domingo. A fonte é uma empresa de relações públicas e comunicação, a Cision.
Deixando de lado o Facebook e o Twitter (onde escreve, lê e frequenta quem quer) e ficando-nos apenas pela comunicação social, estes quadros mostram que:
1 – António Costa ganha em “impacto mediático” contra Pedro Passos Coelho por 36,45 por cento contra 27,7 por cento;
2 – O PS ganha em “impacto mediático” à coligação Portugal à Frente (PSD/CDS) por 39,7 por cento contra 30,9 por cento.
António Costa tem sido especialmente acarinhado pela imprensa, num jogo complexo onde se junta a fome (a postura anti-“direita” e por isso anti-Passos Coelho, que não frequenta os mesmos meios dos membros irregulares da “elite” jornalística) com a vontade de comer (Costa é mais “próximo”, mais “amigo” e mais sociável com essa mesma elite). É uma atitude pontual mas também, mesmo nesta época, sistemática, sendo o “Público” o melhor exemplo.
E, neste caso, continua a sê-lo, numa época em que os principais contendores políticos (Passos Coelho/Costa, PDS-CDS/PS) não só parecem estar numa posição de conquista de votos com valores previstos muito semelhantes, como é Passos Coelho o primeiro-ministro e o PSD o principal partido governamental.
Uma lógica de objectividade e de profissionalismo exigiria um maior equilíbrio. É até possível que haja gente a fazer contas ao segundo ou à linha e à paginação para tentar chegar a esse ponto. Mas o hábito, nuns casos, e a cumplicidade, nos outros, já são demasiado grandes.
E é pena, já agora, que as atitudes já manifestadas pelo ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa para com jornalistas não tenham tido a devida solidariedade daqueles que entre si, noutros tempos, se designavam por “camaradas” (porque “colegas só as putas”) nem tão pouco dessa anedota que é o Sindicato dos Jornalistas.

Costa Cardoso

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