Uma espécie de coelho na cartola onde convergem a fome e a vontade de comer

No "Sol", onde o seu director (o arguto José António Saraiva, com experiência na matéria) já manifestou as suas reservas sobre Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República, entra em cena o tão institucional como ambicioso Guilherme d'Oliveira Martins.
A entrevista é duplamente sugestiva e significativa: eis alguém que, puxando dos galões, se oferece para a coisa, como por meio de um golpe de magia; eis alguém que fez toda a sua carreira política a pensar em lugares cimeiros (e o de presidente do Tribunal de Contas já não lhe chega); eis o candidato que como Presidente da República pode unir, depois das eleições legislativas e mesmo antes das eleições presidenciais, o PS e o PSD. Eis o alfa e o ómega da convergência da fome com a vontade de comer.
E, removida a ganga gongórica do discurso, será bom, como Presidente da República?
É que a "experiência política" que recomenda a qualquer candidato ao cargo não lhe é muito favorável, se forem recordadas as suas passagens pelos Ministérios das Finanças e da Educação, tendo nota positiva no manobrismo e nota negativa em termos de resultados efectivamente produzidos.

Costa Cardoso

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