Talvez possam...

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), órgão da Assembleia da República, esteve a examinar as contas públicas até ao final de Junho e levantou dúvidas sobre a possibilidade de o Governo não conseguir cobrar 660 milhões de euros em impostos, o que pode (sublinhamos: pode) provocar um "buraco" no Orçamento do Estado.
O "pode" é o fundamental porque foi o que bastou para os partidos da oposição saírem a terreiro nas televisões a criticar o Governo, transformando uma previsão com seis meses de avanço numa certeza futurista.
Ouvido o Governo, foi esclarecido pelo Ministério das Finanças que, por exemplo, o valor mais baixo dos reembolsos do IVA até agora (que foi tomado pela UTAO como um elemento essencial da desgraça orçamental) tem a ver com um controlo mais rigoroso da facturação das empresas. E também que a devolução da sobretaxa (seria isso?) sairia do IRS (cuja receita já aumentou) e do IVA. 
Para as televisões, no entanto, o que valeu foram as críticas das oposições. O jornalismo, aqui, derrapou para o chinelo e para o défice do raciocínio. Quanto às oposições, o défice é de seriedade. O "pode" transforma-os (a todos, extraordinariamente) Podemos à espanhola... Mas assim, entre a demagogia e a falta de seriedade, será que em 4 de Outubro realmente poderão?...

Costa Cardoso 

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