A festa estragada de António Costa

Depois de duas semanas de ausência (por férias, como esclareceu e ninguém pensaria outra coisa), António Costa regressou à actividade política "revigorado" e para uma "campanha empolgante", a falar de novo em "maioria absoluta". Foi na entrega das listas dos seus candidatos à Assembleia da República e tendo a seu lado a ex-presidente do PS, e suplente nas listas, Maria de Belém Roseira. Eleições presidenciais? Não, só depois das eleições legislativas.
No que era um dia em cheio, António Costa foi à tarde para um programa em directo de uma televisão. A meio da tarde, e sabendo que a partir daí se sobreporia ao que Costa pudesse dizer, Maria de Belém anunciou que era candidata à Presidência da República... embora só apresente a candidatura depois das legislativas.
Em termos mediáticos, o regresso de férias de Costa ficou completamente estragado por Maria de Belém. É mais um problema para o secretário-geral do PS... e para o próprio partido.
Costa queria tratar da eleição presidencial depois de 4 de Outubro. Queria apoiar Sampaio da Nóvoa, vê-se pressionado por Maria de Belém que, abertamente ou apenas simbolicamente, traz consigo aquilo a que já se chama a "ala segurista". Se apoiar Maria de Belém, vai dar trunfos aos seus adversários internos, que voltarão a aproximar-se do poder. Se apoiar Nóvoa, vai abrir uma guerra civil no seu próprio partido.
Bastaram algumas horas e um bom uso da comunicação social para "empolgante" se aplicar ao que parece ser a dramática situação interna do principal partido da oposição.

Costa Cardoso

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