"Correio da Manhã" - 1, "Jornal de Notícias" - 0

Na sexta-feira passada, citando como fonte as escutas da "Operação Marquês", o "Correio da Manhã" ("CM") associou o jornalista Afonso Camões (nomeado director da agência Lusa pelo governo de Sócrates) ao ex-primeiro-ministro na sua direcção há pouco tempo para director do "Jornal de Notícias" ("JN").
Em conversa a que também é associado Proença de Carvalho (o "homem forte" do grupo que detém o "Jornal de Notícias" e o "Diário de Notícias"), Sócrates terá recomendado a Camões que optasse pela direcção do "JN" para reforçar o papel de rival deste jornal contra o "CM".
No sábado, o "JN" deu com grande destaque uma notícia sobre a "Operação Marquês": a investigação aos dinheiros do ex-primeiro-ministro referem-se ao período entre 2000 e 2005 e abrangem a época do "caso Freeport". É uma notícia que, no entanto, não condiz com a maioria das informações vindas a público sobre a "Operação Marquês", que parece abranger um período menos remoto do exercício de cargos políticos por Sócrates.
Hoje, segunda-feira, o "JN" publica um comunicado do respectivo Conselho de Redacção que é interessante pelo que não diz: este órgão, uma espécie de comissão de trabalhadores só para as redações dos órgãos de comunicação social, defende o "JN" e a sua "isenção" contra o que afirma o CM"... sem, no entanto, largar uma palavrinha que seja em defesa de Camões, o seu director, cujas dores, evidentemente, não toma como suas.
Nesta espécie de "a luta continua" (o "CM" continuará ao ataque e a dependência do director do "JN" arrisca-se mesmo a contaminar o jornal portuense), o "CM" está a ganhar... por uma bola a zero.

Costa Cardoso

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