O Expresso ao Sábado

Como muitos da minha geração há mais de 30 anos que leio o Expresso ao Sábado. É uma espécie de ritual, como tentar tomar o pequeno-almoço num local simpático, ou outras coisas que se fazem ao Sábado.

Todavia, há uns anos a esta parte, desenvolvi uma espécie de relação dialética com o jornal. Leio-o, essencialmente para perceber aquilo a que se chama a oligarquia pensa. Mas não o levo a sério como jornal, apenas como órgão oficioso do poder. Dentro do órgão existem algumas ilhas livres que vale a pena acompanhar, como os artigos de Miguel Sousa Tavares, a maior parte das vezes, os de Clara Ferreira Alves, uma vezes, Vieira Pereira, outras vezes, e a poesia escolhida de Nicolau Santos, mas pouco mais.

Neste fim-de-semana de Outono, a história repete-se.

O conteúdo mais interessante do  primeiro caderno do jornal são duas páginas de publicidade paga de Marinho Pinto, em que de forma incisiva e muito clara descreve o funcionamento anormal do parlamento europeu, do qual se chega à conclusão que não é parlamento, nem europeu.
Também existe um artigo bem esgalhado de Miguel Sousa Tavares, e uma coluna de opinião curta e correcta, de um professor sobre o Brexit.
O restante é propaganda do establishment que procura aguentar o governo de Costa até o PSD substituir Passos Coelho, tarefa em que estão empenhados o Presidente da República e o seu escudeiro Mendes de Carnaxide.
O segundo caderno tem uma boa peça sobre Angola, mas que devia ser mais desenvolvida, uma boa entrevista com João César das Neves, que não perdeu o norte nesta trapalhice em que nos encontramos.
A revista E não tem nada.

Haverá um dia em que não valerá a pena continuar a comprar o Expresso.

TM

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