O papa e a igreja portuguesa

Tem sido visível o desconforto da Igreja portuguesa- gorda, institucional,imóvel, próxima do poder, longe do povo e dos mais desfavorecidos, praticando uma caridade automática e fria patrocinada pelo Estado- com o novo papa.
Tal desconforto foi por demais visível com o confronto das ideias de do Papa com o novo Cardeal português- D.Manuel Clemente.
O papa falou de "pastores a cheirar como as ovelhas", isto é dos padres a arregaçarem as mangas e partilharem os sofrimentos e angústias dos seus rebanhos. D.Manuel referiu logo que as "ovelhas também deviam cheirar a pastor" esvaziando inteligentemente a imagem papal. Aliás, toda a entrevista que D.Manuel deu após a sua "cardinalização" foi um programa de esbatimento das ideias do Papa. Mas o Papa é claro: o programa da Igreja não é cuidar dos salvos, mas ir salvar os marginais. A Igreja surgiu entre pobres pescadores, ex-condenados, prostitutas, para lhes renovar a alma e não como novo banquete de Césares gastos ( em que se tornou). A Igreja portuguesa não compreende o Papa, é uma Igreja egoísta, que não apoia os marginais, não se dedica às vítimas, não exerce sequer a sua função de vox tribunícia.É uma igreja gasta que vive de Fátima e do Estado.  Esta igreja não percebe o Papa e vai-se dar mal.
Apóstolos ou apóstatas, devemos orar pela regeneração da Igreja portguesa.
Rui Verde

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