A ementa

O "Observador" é o único jornal a publicar o extenso menu que o novo governo grego decidiu oferecer ao país que, por enquanto, lhe anda rendido e atirar à cara dos outros países da zona euro.
Ao fazê-lo, com uma asneira pelo meio ("cumprir com as promessas" é a asneira, porque o correcto é "cumprir as promessas") e mesmo sem qualquer tipo de comentário, o jornal presta-nos um serviço inestimável: imaginemos isto aplicado a Portugal, onde, mal ou menos bem, já não se vive a crise orçamental que continua a afligir a Grécia.
A saber:

- Aumentar salário mínimo para 751 euros até 2016, de forma gradual
- Aumentar salário mínimo para jovens trabalhadores
- Libertar do pagamento de impostos quem ganhe até 12 mil euros por ano
- Restaurar as negociações coletivas de trabalho
- Cortar metade da frota dos 7500 carros que pertencem aos ministérios do país
- Vender um dos três aviões do Governo
- Criar um novo canal de televisão público
- Reduzir os colaboradores do gabinete do primeiro-ministro para metade
- Reduzir o pessoal da segurança num terço
- Não vai aumentar a idade da reforma, nem cortar pensões
- Vai atribuir subsídio de Natal para os pensionistas com baixo rendimento
- Vai apoiar investimento privado
- Vai exigir o pagamento da dívida alemã à Grécia referente à Segunda Guerra Mundial
- Não vai permitir que bancos executem hipotecas relativas às residências principais
- Governo vai exercer direitos de acionista sobre bancos
- Não vai vender rede de infraestruturas grega
- Vai criar um banco de fomento
- Programa de investimento público grego não deve entrar para as contas do défice
- Vai simplificar e modernizar a função pública
- Vai rever legislação que incide sobre bancos resgatados
- Reestruturar dívidas fiscais em atraso
- Vai criar um novo imposto para propriedades de valor elevado
- Vai lutar contra a evasão fiscal
- Vai voltar a contratar os funcionários públicos que foram “ilegalmente” despedidos
- Alimentação e eletricidade grátis para aqueles que foram mais atingidos pela crise económica.

E com isto tudo a pergunta-chave é esta: vão ser os outros europeus a pagar a coisa?

Costa Cardoso

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