A república dos tolos

É confrangedor ver a forma como o país está a ser gerido, como se fosse uma república de tolos. Não temos que ser fadistas, fascistas ou pessimistas para perceber que num tempo de incerteza e tumulto mundial, estamos a fazer um número tolo fingindo que está tudo no melhor dos mundos.
Pode-se hoje afirmar que a eleição do simpático e afectuoso Marcelo Rebelo de Sousa para Presidente da República foi o pior que podia ter acontecido ao país, pois deixamos de ter uma referência sólida em Belém e passámos a ter um encenador e criador de factos inúteis:
O que é feito do cão oferecido ao Presidente?
Qual foi o interesse de comemorar o Dia de Portugal em França, país que considera Portugal um território de segunda, como se viu pelas "memórias" de Hollande?
O que andou a fazer o Presidente nos casos BPI/BFA, ou CGD senão atrapalhar e confundir?
Em que país é que o Presidente condecora as pessoas com papéis A4?
O verdadeiro líder não é aquele que se torna popular nas sondagens e segue os ânimos emotivos dos povos, é aquele que com o consentimento popular cria novos horizontes e rasga novos caminhos para um país.
Novos caminhos rasgou Costa, que transformou com habilidade extrema uma derrota num vitória. Tem esse mérito, e ninguém lho retira. Contudo, a sua governação faz lembrar aqueles carros que ficam sem travões e vão evitando os obstáculos com perícia até que se estatelam.
É escusado brincar e dizer que a economia está bem. Não está. Estamos todos os dias a um click da catástrofe, que tem sido evitada porque o Brexit obrigou a retirar a pressão sobre os pequenos países para não haver mais revoltas, porque a vitória de Trump chocou todos e obrigou a um compasso de espera. Mas Portugal continua a necessitar de empréstimos quotidianos para financiar o Estado, e esses empréstimos têm umas taxas reais que andam a roçar o perigo. Os serviços degradam-se: dos médicos ao metro. É uma tolice pensar que um país fica mais rico a trabalhar menos...ou por serem distribuídos mais uns tostões pelo Estado, que são retirados pelos impostos indirectos. Um país só ficam mais ricos se as pessoas trabalharem mais, e os portugueses que querem trabalhar mais continuam a ir fazê-lo para o estrangeiro.
Aqui os tolos que nos governam, acham que governar é fazer uns números na televisão, arranjar umas sondagens, se calhar falseadas, e já está. Não é. Este é um tempo de sobriedade, exigência e rigor, não de bolachinhas.

Rui Verde

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