Presidenciais: vitórias e derrotas (4)

Marcelo Rebelo de Sousa conta nestas eleições presidenciais com uma vitória prévia que, com mais ou menos votos, ninguém lhe tira: foi uma candidatura claramente independente, movida e mantida pelo próprio que desde o seu início e, até à véspera da votação, tem aparecido sempre como ganhadora à primeira volta.
O que dá maior peso a essa vitória pessoal são três pormenores reveladores: por um lado, esteve no terreno quase sem contar com os aparelhos dos partidos que, em termos eleitorais, são a sua base “natural”; por outro lado, pôs todos os restantes candidatos partidarizados a criticarem-no praticamente todos os dias (as críticas generalizadas, algumas vezes demagógicas, devem contribuído mais para a sua notoriedade e para o vitimizarem do que para lhe retirarem votantes); e, finalmente, criou o deserto à sua volta – não apareceu mais nenhum candidato “da direita” ou “do centro-direita” (a imprensa nunca se entendeu nesta classificação taxinómica).
Todas as sondagens, todas elas, dão Marcelo Rebelo de Sousa como eleito logo à 1.ª volta ou, na pior das hipóteses, eleito à 2.ª volta. 
E, mesmo numa 2.ª volta, não se vê como o número dos eleitores dos restantes nove, e mais os “zombies” que poderão despertar nessa altura, pode sobrepor-se aos votantes iniciais de Marcelo e aos que compreendam qual o mal menor.
Vitorioso em toda esta fase inicial, Marcelo Rebelo de Sousa, a ganhar as eleições, e não apenas por ser esse o seu ambiente político, dará também uma vitória ao PSD, ao CDS e a todos os cidadãos que, tendo ou não votado nestes partidos em Outubro, receiam (e com razão) o abismo financeiro e económico para onde o actual governo do golpismo parlamentar nos empurra.
Precisamos todos (mesmo os que não querem votar em Marcelo Rebelo de Sousa) de um pouco de bom senso e de racionalismo político e constitucional na Presidência da República e não de mais um flibusteiro.
Se Marcelo Rebelo de Sousa ganhar as eleições presidenciais, a sua vitória é também a nossa vitória e a do País.

Pedro Garcia Rosado

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