A cagada

Confesso que não me ocorre palavra mais distinta face ao que começa a ser a presente governação. Tive esperança. Embora simpatizasse com a determinação de Passos Coelho, discordava em absoluto da política financeira e económica do anterior governo e suspeitava dos números positivos apresentados em Agosto/ Setembro, portanto tinha alguma expectativa neste governo. Ainda tenho na área da saúde onde vi um ministro sabedor, calmo, equilibrado, e por outros motivos tenho boa impressão da nomeação para dirigir o Hospital de São José.

Mas tudo o resto parece estar a transformar-se num perigoso Carnaval. O retorno dos feriados é simpático, mas um sinal desnecessário, que vai transformar Portugal num país de pandeireta que não sabe passar sem feriados...Depois veio a trapalhada do Banif. Zumba, aí foram três mil milhões pelo cano abaixo...Depois apareceu o inane ministro da Educação a falar sobre a nocividade dos exames. Mandemos o ministro de volta para Cambridge para curar o cancro onde será muito útil, e expliquemos ao ministro que a lei básica da actividade do ser humano é a lei do menor esforço. Assim, se os estudantes sabem que não têm exames terão um estímulo para estudar menos e preparar-se menos. Isto é evidente. Sem estímulos, não há comportamentos, há anomia. Quer criar uns bananas...A tragédia da diminuição do horário de trabalho da função pública para 35 horas é outra asneirada. Não vejo uma boa razão para o público trabalhar menos do que o privado. Não vejo.
E fale-se nas revisões todas em curso. Este é o governo da contra-revolução e vai dar mal.
Os financeiros e os mercados (o que é que quer que isso seja) vão perceber que Portugal é um país a brincar que não quer trabalhar, só fingir.
Isto está a ser uma cagada. Socorro!

Rui Verde

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