Presidenciais: vitórias e derrotas (1)

Se o resultado definitivo das eleições presidenciais deste domingo vai depender dos votos dos eleitores, nesta fase final de uma campanha em que há dez candidatos já é possível fazer previamente um apuramento das vitórias e derrotas. Ou, mais exactamente, da vitória e das derrotas e em termos políticos.
Porque, mesmo sendo as candidaturas individuais, as mais destacadas estão estribadas em intervenções políticas e partidárias e as outras, ditas independentes, estão naturalmente estribadas em projectos políticos de natureza pessoal e, mesmo num caso, com uma ambiciosa perspectiva partidária muito clara.
Poder-se-á dizer que esta abordagem é irrealista porque os votos não estão lançados nem contados mas, à luz das sondagens conhecidas e das regras comuns de experiência política, alguém duvida de que já existe um vencedor antecipado e que o protagonismo dos outros nove não é mais, mesmo onde não há “bluff” e a vontade é sincera, um simples “wishful thinking”?
Comecemos pela pelas três candidaturas unipessoais que muito provavelmente receberão o menor número de votos: Tino de Rans, calceteiro e presidente de uma junta de freguesia, Cândido Ferreira, médico, e Gonçalo Sequeira, psicólogo e/ou comercial, salvo erro.
Pensarão realmente estes três que têm alguma possibilidade de obterem um número suficiente de votos e uma percentagem significativa na distribuição dos votos para conseguirem vencer a eleição presidencial? Será que, no seu íntimo, algum destes candidatos é capaz de garantir às imagens reflectidas nos seus espelhos e na sua mais absoluta solidão que vai ser mesmo presidente?
Tino de Rans deve conseguir notoriedade suficiente para se candidatar à presidência da sua câmara municipal, Cândido Ferreira talvez queira deixar esta marca no seu percurso para memória dos seus descendentes e Gonçalo Sequeira confiará que a sua notoriedade lhe dê mais clientes.
A sondagem que na semana passada saiu no “Expresso” dá a cada um deles 0,2 por cento dos votos. Se este número, ou aproximado, se confirmar, e apesar de todas as suas intenções, terão ganharão uma pesada derrota. Mas o tempo de antena que conseguiram obter é um óbvio consolo.

Pedro Garcia Rosado

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