Portugal e a Alemanha.

A existência de Portugal sempre dependeu das alianças europeias que foi fazendo ao longo da história e da sua força interior. A nacionalidade foi fundada não só devido ao braço férreo de D.Afonso Henriques, mas também devido ao apoio dos Cruzados e do Papa. 
A partir de 1383-1385, aliança inglesa foi fundamental e desempenhou um papel vital para Portugal (embora por variadas vezes os nossos "amigos"ingleses nos tenham traído despudoradamente). Enquanto Portugal teve as colónias precisou sempre de um aliado marítimo e contou com a Inglaterra.
Mas se esta é uma constante da diplomacia portuguesa- um aliado forte na Europa, outra constante é uma política de não intervenção nos assuntos europeus. Portugal sempre ganhou quando não se imiscuiu em assuntos da Europa e perdeu quando tentou intervir na política europeia. O exemplo próximo está nas diferentes atitudes na Primeira Guerra Mundial (intervenção desastrosa) e na Segunda Guerra Mundial (neutralidade benéfica), mas poderíamos ir buscar os episódios burlescos de D. Afonso V ou a Guerra da Sucessão Espanhola para perceber que Portugal tem a ganhar em estar quieto nas grandes contendas europeias.
Hoje o aliado de Portugal é a Alemanha. Isto está certo. Portugal já não é um Império ultramarino. Por agora, desistiu de qualquer estratégia relativa aos PALOPs, a não ser mostrar-se benévolo e bonzinho.Assim sendo, está concentrado na Europa Continental. A potência ( alguns dizem que relutante) da Europa Continental é a Alemanha. Logo, só temos a ganhar em ser aliados da Alemanha. 
A lógica que no passado ditou que nos aliássemos a Inglaterra, dita que agora nos aliemos à Alemanha. No entanto, essa aliança não nos deve levar a intervenções excessivas no espaço europeu. Na mesma lógica tradicional da sobrevivência portuguesa, tem sentido aliarmo-nos à Alemanha, não tem sentido procurarmos uma espécie de confronto com a Grécia. Melhor seria tentar explicar a Grécia e o sul da Europa à Alemanha. 
Rui Verde

Comentários

Mensagens populares deste blogue

O fim do jornalismo português (4)

O porco com asas

Maria José Morgado. As coincidências no Expresso de 13 de Agosto.