Popular e popularucho. O Papa Francisco e o Presidente Marcelo

Qualquer católico céptico da Santa Madre Igreja reconhece no Papa Francisco o sopro do Espírito Santo e a tentativa de elevar a demasiado terrena Santa Sé a um patamar espiritual e de verdadeira preocupação com os pobres, os humildes e os vencidos da vida. A postura do Papa não tem sido só de conversa, mas de actos, fazendo jus ao velho provérbio latino "Facta non verba". Daí uma popularidade real, substantiva, de quem acredita num caminho papal que trará um mundo melhor, e uma mais santa Igreja.
O Presidente Marcelo, que teologicamente se encontra nos antípodas do Papa, abraçando o tradicional conservantismo paternalista da Igreja Portuguesa, tem em comum com o ele a quebra do protocolo e a tentativa de alcançar a população e abraçá-la.Têm-se sucedido as iniciativas, as selfies, os bolinhos e os copos de vinho. Está tudo muito certo, mas há uma grande diferença. Sabemos o que o Papa quer e para onde vai. Apreciamos verdadeiramente o empenho dele nos pobres de Cristo. Não sabemos o que Marcelo quer, para onde vai. Com o Presidente, no fim do dia tudo parece oco e um pouco sem tino.Vemos um país a ser afundado (com ou sem razão) pelas instituições europeias, que fomentam um verdadeiro golpe de Estado em Portugal (talvez justificado) e o Presidente responde com lugares-comuns e cogumenlos percebendo-se que não faz a mínima ideia do que se passa. Vemos o Euro(a moeda ) a destruir o país, e não se vê qualquer atitude do Presidente. Imagino que qualquer um gostasse de ser fotografado com o Quim Barreiros ou o Tony Carreira, mas não é por isso que os quereria como Presidentes da República. É esta pequena diferença que o Presidente parece não ver enquanto se entretém a popularizar-se para ser eleito sem oposição daqui a 5 anos. Contudo, 5 anos é demasiado tempo para uma campanha eleitoral, mesmo nos Estados Unidos onde elas se prolongam...
O Papa é popular pelas coisas que diz e que faz. O Presidente, para já, só fala e sem univocidade (porque falar de consenso ou de batatas greladas é o mesmo). Francamente, volta à tona a velha questão: para que é preciso um Presidente da República em Portugal? Para nada.

Temístocles Menor

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