Três razões para não votar PS, mesmo que se discorde da política do governo.

O PS assusta. Bastaram as primeiras movimentações para se ver que aqueles que entronizaram Sócrates e lhe permitiram quase assumir uma ditadura pessoal, que só o desgaste de credibilidade devido à questão da licenciatura evitou, estão de volta e com os mesmos hábitos de controlo e asfixia democrática: o famoso SMS de Costa é um mero exemplo dessa tendência, a que se segue o empacotamento obrigatório de um candidato presidencial proveniente directamente dos altos convénios partidários, sem qualquer respeito pelas bases ou vontade dos militantes.
A este renascer do socratismo autoritário, segue-se o programa económico. Tecnicamente bonito, uma coisa ponderada, mas que no fundo mantém exactamente, mais detalhe, menos detalhe a política do actual Governo. De facto, poderíamos alinhar pelo diapasão comunista e dizer que o programa do PS é igual ao que será o programa do Governo. Ora bem, o que é necessário é uma mudança de perspectiva, um novo paradigma que rompa a estagnação ( secular?) a que a economia portuguesa está sujeita, não um modelo com uns delta/chapéu modificados.
A terceira razão para não votar PS liga-se à primeira. Houve no consulado socrático uma clara subordinação do Ministério Público à vontade do primeiro-ministro (vide caso Universidade Independente ou Freeport, entre outros). A volta do PS ao Governo implicará muito provavelmente a renovação da subordinação do M.P. à política do Governo.
Assim, existem três razões para não votar PS: Tendências autoritárias latentes; programa económico modorrento e possibilidade de nova politização do M.P.
Quer isto dizer que há razões para votar na coligação do Governo? A política do Governo foi geralmente errada, embora de facto tenha evitado a bancarrota, e feito Portugal retornar aos mercados internacionais para se continuar a endividar... Contudo, a sua eventual virtude pára aí. De resto,empobreceu e afundou o país, não fez reformas estruturais de vulto ( excepto a falência do império BES, que ficará para a história como a grande reforma de vulto deste Governo) e lançou a máquina fiscal de forma brutal aos contribuintes, que hoje são vitimas indefesas da máquina estatal. Portanto, não é com grande ânimo que se vota no Governo. Que fazer? Como questionava Lenine.

Rui Verde

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