PSD, sim, TSU, não

Devem estar a começar os alaridos pelo facto de o PSD ir votar contra a baixa da TSU, quando esta foi uma das medidas-bandeira do governo Passos Coelho. 
A realidade é que o PSD faz muito bem, e já era tempo de se comportar como oposição, ao contrário do que fez em duas ou três votações passadas em que salvou o governo de Costa.
Numa democracia real, o confronto é a essência do exercício político. Costa percebeu e praticou isso quando recusou a "Grande Aliança" com o PSD e buscou a aliança à esquerda. Fez bem. Clarificou águas, apresentou uma alternativa ao PSD e à sua política. Ora, decorre deste acto que o PSD tem que se assumir como oposição combativa e não semi-apoio do governo. E é dentro desta posição estrutural que se exige que o PSD vote contra o governo, excepto em matérias de muito superior interesse nacional, como uma declaração de guerra, uma chegada da troika, uma reforma negociada do Estado Social, elementos fundamentais do regime democrático. 
Subir ou baixar a TSU não se enquadra nesses temas estruturantes do regime, é uma medida conjuntural de política de "feira de gado" do governo, que envolve outras políticas, com as quais o PSD não tem que estar de acordo, não deve estar de acordo.
Portanto, em nome da transparência do regime democrático, da clarificação e da boa saúde das instituições, que estão a ser "condicionadas" em nome de uma "descrispação" artificial, o PSD só tem que votar contra todos os elementos da política do governo, excepto aqueles que sejam estruturantes do regime, o que não é o caso.
Aliás, este governo está a levar, com a conivência presidencial, o país para muito próximo do abismo, de novo, pelo que só cabe ao PSD combatê-lo por todos os meios democráticos, antes que seja tarde.

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