Novo Banco: o falhanço da conspirata Espírito Santo?

Há uns tempos (05-12-2016) em artigo no TOMATE aventamos a hipótese que os Espírito Santo, via José Maria Ricciardi, estariam prestes a retomar o controlo do BES( agora Novo Banco) sob a capa de umas sombras chinesas, o Haitong Bank (antigo Banco Espírito Santo Investimento) e uma tal de Minsheng, que se nos afigurava uma fachada de qualquer outra coisa. Era um cenário estimulante.

O alerta para tal cenário, tinha sido dado inadvertidamente por Luís Marques Mendes, amigo de Ricciardi, numa das suas revelações dominicais em primeira mão, em que afirmara que os chineses estavam prestes a ficar com o BES, uma vez que as restantes propostas não eram atraentes. Ao mesmo tempo, percolava a teoria que o BES não tinha sido “salvo” por teimosia de Pedro Passos Coelho, por isso a sua resolução não tinha resultado de actos criminosos dos Espírito Santo, mas da politiquice de Coelho…
Tudo parecia apontar para que os Espírito Santo, com ou sem chineses a sério (já anteriormente os Espírito Santo se tinham associado a outros estrangeiros para retomar as suas companhias, por exemplo, os franceses de Crédit Agricole), voltassem a dominar o BES.

Contudo, por coincidência pura, depois da publicação nosso artigo, lido por um bom milhar de pessoas, a conspirata pareceu desmoronar-se como um castelo de cartas. Ricciardi estranhamente e sem explicações foi afastado da liderança do Haitong, e substituído pelo irmão do Presidente da República, que é advogado, e a Minsheng não conseguiu arranjar as garantias financeiras necessárias ao negócio. Como é que uma suposta empresa chinesa não tem garantias financeiras? Só se a companhia não fosse chinesa…ou se os chineses fossem afinal tigres de papel.
Portanto, a primeira tentativa dos Espírito Santo falhou. 

No entanto, como a alternativa que se está a desenhar é a entrega do banco a uma firma de private equity cujo objecto negocial é comprar em baixa e vender em alta, e que será um vento bem fresco na anomia que se voltou a viver em Portugal, em que todos os problemas voltaram a ser resolvidos lançando mais dinheiro (que não existe) para cima, devem estar todos a tremer: governantes, políticos, supostos banqueiros, etc. 

Assim, deve ser feita uma curva qualquer e talvez depois de mais umas cabriolices apareçam outros fundos “salvadores” com os Espírito por trás. 

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