Espírito Santo Salgado e Sócrates. A nossa visão


Em finais de 2015, quando ainda não estava feita a ligação pública criminal entre Salgado e Sócrates escreveu-se no livro "Os Três Magníficos"a partir de pp. 56 "O manifestamente importante é perceber que o GES realiza, através das suas empresas, transferências avultadas que, mais tarde, irão permitir a Carlos Santos Silva beneficiar José Sócrates com empréstimos sucessivos e variados. Dito de outro modo, a vida de José Sócrates é sustentada por transferências provenientes do GES, designadamente de Hélder Bataglia, da ESCOM.(...). O consulado Socrático (2005 ‑2011) tem uma indelével relação negocial com os Espírito Santo (...).Com Sócrates, Ricardo Salgado torna ‑se o maior banqueiro de Portugal. Não restam dúvidas sobre as claras ligações BES/ GES/Sócrates. E, recapitulando, Carlos Santos Silva, que paga as contas de Sócrates, assegura o pagamento com os fundos que, em última linha, provêm das atividades dos Espírito Santo em Angola."
Portanto, não se tem dúvidas que a investigação do processo Marquês está no caminho certo, faltando-lhe fechar melhor a pista angolana e a relação ESCOM/BESA. Mas essa é uma questão policial que não nos cabe desenvolver aqui.
O importante a reter, é que, não emitindo qualquer juízo processual ou criminal, em termos políticos e económicos a relação Salgado/Sócrates constituiu o ápice de um sistema oligárquico que dominou Portugal (e volta a tentar dominar) e levou este país à asfixia política e financeira. E foi este duo que também permitiu e incentivou a submissão nacional à ditadura angolana, com os resultados que estão à vista.
É fundamental tornar muito claro, muito objectivo, todas as actuações de Sócrates e Salgado, para que não se voltem a repetir (como começa a haver uma certa tentaçãozinha...).
Este é o melhor contributo que a investigação do MP pode fazer: a divulgação clara e objectiva dos mecanismos de poder e financeiros de Sócrates e Salgado.

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