Dignidade: O Presidente da República de Portugal e Manuel Vicente (V.P.Angola).

Por alguma razão estranha, em Portugal não há dignidade no exercício das funções públicas. 
Sócrates vivia à conta de amigos e achava isso normal (não é preciso entrar nas questões criminais para surpreender a completa ausência de sentido de Estado).
Um doutor Andrade viaja à conta da Galp para ver o futebol, e acha isso normal (talvez fosse de chamar a atenção ao distinto jurista que é hábito do MP acusar entidades privadas ou públicas de variados crimes por terem alegadamente pago ou recebido viagens para ver o futebol).
Mas o mais grave é o recente encontro entre o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa e o Vice-presidente da República de Angola Manuel Vicente.
Tanto quanto é público, as autoridades judiciárias portuguesas estarão a tentar notificar Manuel Vicente para o interrogar e constituir arguido no caso "Fizz". Caso em si de grande gravidade, porque a confirmar-se representa um acto de corrupção intenso e talvez sistemático das autoridades supremas de um país em relação ao sistema judicial de outro.
Ou dito em português corrente. O Vice-presidente de Angola comprou um alto procurador português para não ser investigado por crimes variados.
Ora é perante este cenário, que Marcelo recebe o V.P. de Angola no Consulado Português no Rio de Janeiro, como se nada fosse....Já andou às palmadinhas com José Sócrates no Túnel do Marão como se nada fosse...
Talvez neste caso, o MP pudesse ter sub-repticiamente notificado Manuel Vicente...
Um bocadinho de dignidade e sentido de Estado implicava que Manuel Vicente não fosse recebido em casa portuguesa, e nunca se encontrasse com o Presidente da República Portuguesa, de forma ostensiva e oficial. Parece que os oligarcas angolanos continuam a dominar Portugal e a fazer o que querem das suas autoridades. Mesmo que assim seja é melhor disfarçar.
E que haja espírito crítico.

Temístocles Menor

Comentários

Mensagens populares deste blogue

O porco com asas

Maria José Morgado. As coincidências no Expresso de 13 de Agosto.

Os patos na Justiça