CGD- Investimento e privatização.

O mensageiro do poder instituído (mais conhecido pelo nome de jornal Expresso), anunciou hoje, 27 de Agosto de 2016 a grande vitória do Governo, com o apoio –não podia deixar de ser- do Presidente, na questão do financiamento da CGD. 
E ao mesmo tempo numa espécie de nebulosa para distrair parvos anuncia que a dupla maravilha: Presidente/Primeiro-ministro já tem planos para reorganizar o resto da Banca. Se bem se percebe o BPI irá para os catalães que comprarão o BES também. O BCP para os angolanos, o Santander com o Banif já é dos espanhóis, e algures no meio aparecem os chineses a fazer não se sabe bem o quê. 
Bom, a última vez que o mensageiro anunciou a intervenção desta dupla, deu bota. Foi no caso do “acordo” alcançado e desalcançado no BPI com Isabel dos Santos.
À parte isso, fica já uma  interrogação sobre a CGD. Querem-nos convencer, a nós cidadãos ignorantes, que é uma grande vitória o financiamento da Caixa surgir como “Investimento” e não como “Ajuda de Estado” e desenvolvem umas teorias catastrofistas pouco claras para o comum dos mortais.
Mas, vejamos caracterizar uma intervenção financeira como investimento quer dizer apenas e só uma coisa: rentabilidade. Enquanto uma ajuda ou um subsídio, podem ter vários objectivos. Um investimento tem apenas um objectivo essencial. A rentabilização do dinheiro investido. E nesse sentido, o Estado estará a colocar o dinheiro na CGD não como Estado, mas como investidor. Podia ser o Estado ou o Fundo Vulture. As condições têm que ser de molde a que o dinheiro entregue produza resultados palpáveis. Lucros. Note-se que isto em si mesmo não é nada negativo. Obriga o Estado a comportar-se racionalmente como dono da Caixa. No fundo, o Estado vai ter que agir como um privado em busca de lucro. E nessa medida, a essência da gestão será completamente modificada.
 Vamos ter a chamada racionalização de custos, que implica sempre o fecho de instalações, a redução de pessoal e o downsizing da CGD. 
Além da “tourada” da monitorização do deficit que nos acompanha qual espectro, vamos passar a ter a monitorização do “investimento” na CGD. E assim, mais uma vigilância da “União Europeia” que fará os títulos dos jornais em cada fricçãozinha que surja.
Agora vão todos fingir que não é assim, porque os partidos que dizem que defendem os trabalhadores, são aqueles que subscrevem o “Investimento” capitalista na CGD e não podem retirar apoio ao Governo, para não o derrubar.
Vamos ter uma trapalhada monumental a fingir que não é, o que afinal é. 
A CGD deu o primeiro passo para a privatização. E foi dado com o apoio do PCP e BE.

Temístocles Menor

Comentários

Mensagens populares deste blogue

O fim do jornalismo português (4)

O porco com asas

Maria José Morgado. As coincidências no Expresso de 13 de Agosto.