Porque sou contra o novo resgate grego.

O novo regaste grego é uma falácia. Não vai resolver nada.
O governo grego em vez de se focar numa alternativa ao Euro, preparando uma saída da moeda única e do espartilho que esta representa para uma economia não convergente com a alemã, focou-se em obter mais dinheiro, prometendo tudo em troca. Os alemães acabaram por contrafeitos prometer mais dinheiro esperando o cumprimento grego. Este filme é conhecido. Uma pessoa endividada e aflita promete tudo ao seu credor para obter mais dinheiro. Mas mais dinheiro só vai "tapar buracos" e não produz nada. No fim, o devedor não cumpre as promessas (porque nunca pôde cumprir) e o credor fica sem o dinheiro. Nestas situações há que assumir as perdas e iniciar um novo caminho. 
Ora, mais dinheiro não resolve nada, como mais austeridade nada resolve. Assim, adiou-se um problema por mais uns meses, até o dinheiro acabar e a austeridade falhar.
Voltemos ao básico: qualquer crise de finanças públicas tem que ter uma combinação de duas políticas para ser superada, austeridade, uma vez que não se pode gastar mais quando não se tem dinheiro, e fomento do crescimento, que se realiza através de várias maneiras, sendo a mais utilizada o aumento da massa monetária ( que tem a partir de certo nível o perigo da inflação, que contudo não parece estar presente neste momento). 
É a combinação feliz entre a austeridade e os estímulos à economia que permite a recuperação das finanças públicas.
Essa combinação feliz depende das circunstâncias de cada país. A combinação ideal na Grécia será diferente da portuguesa ou da alemã. A questão é que compete a cada país escolher essa combinação. Na Grécia percebe-se que a manutenção no Euro está a ter efeitos depressivos imensos, muito possivelmente não existe recuperação possível dentro do Euro. A economia grega tem que ser libertada de peias para crescer.
Era este o combate em causa. Uma alternativa política e económica ao Euro e à visão germânica da Europa. Foi este o combate de que se abdicou.
Tsipras, tal como Temístocles depois da vitória de Salamina, fugiu para junto dos seus inimigos persas (alemães) após a vitória no referendo.
TM

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