O problema da economia portuguesa hoje

O problema da economia portuguesa durante a primeira década do século teve duas vertentes: 
1-Por um lado o Estado aumentou a dívida exponencialmente nos últimos anos, sem o correspondente aumento da produção de bens e serviços, tendo como resultado a crise financeira. Vê-se, por exclusão de partes, que o Estado e a sua clientela foram os grandes beneficiários do Euro pois obtiveram muito dinheiro a baixo custo que desbarataram alegremente ( e assim se percebe os casos Sócrates, BES, etc.). Há que sublinhar, o sector privado não beneficiou com o Euro, só o Estado “and friends” que promovendo um tremendo efeito “crowding out” (um aumento da despesa pública provoca uma diminuição ou cessação do investimento privado porque não há dinheiro disponível para ambos) se banhou em Euros. 
2-Por outro lado, nunca houve condições para aderir ao Euro e tal adesão foi feita de forma artificial com isso provocando um crescimento ínfimo da economia. Portugal não constituía uma zona monetária óptima com a Alemanha. Não existia mobilidade e flexibilidade do trabalho (e não existe), não estava no mesmo ciclo económico da Alemanha e não beneficiava de um sistema orçamental de transferências automáticas de dinheiro para colmatar essas divergências no ciclo.

A questão que se coloca é se hoje estes problemas se mantêm?

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