O Papa em Fátima. O triunfo da hipocrisia.

Qualquer católico que acredite no Evangelho e na primeira mensagem de Cristo: Deus é Amor, só pode ficar estupefacto com esta vinda do Papa a Fátima e do festival que a rodeia.
Fátima e Nossa Senhora já tiveram visitas suficientes de Papas. Não lhes sentirão a falta. Paulo VI, João Paulo II, Bento XVI. Todos os Papas recentes, com a excepção do malogrado João Paulo I (que nem teve tempo para isso) vieram a Fátima.
Mas tem que ficar a pergunta: o que isso adiantou para a Igreja e a comunidade portuguesa? Tudo se assemelha a um grande negócio e uma mão-cheia de cerimónias pomposas.
Mais importante ( e este Papa tem sensibilidade para isso, quem não tem é a acomodada e conservadora Igreja portuguesa) era que o Papa se dedicasse ao sofrimento dos sem-abrigo em Portugal, ao exagero dos presos nas cadeias, à discriminação dos africanos e a muitas mais pechas sociais e económicas que afectam o país visitado por Nossa Senhora. Dirão que o Papa não pode resolver esses problemas. Pois não. Mas pode trazer conforto aos que sofrem, esperança aos que desesperam, luz aos que estão nas trevas.
É tempo de mudar o estereótipo da Igreja que se agarra ao poder e à insensibilidade social, e adoptar uma postura mais simultaneamente mais humana e evangélica.

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